Recentemente, uma análise nas sementes misteriosas identificou a presença de pragas inexistentes no país
Penélope Coelho Publicado em 01/12/2020, às 16h29
Em junho deste ano, o Brasil registrou o primeiro caso do recebimento de sementes através dos Correios em pacotes misteriosos.
Acredita-se que os conteúdos sejam de países asiáticos como a China e Malásia, com base nas etiquetas de postagem.
Na ocasião, um homem de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, estranhou ter recebido sementes misteriosas junto com itens de decoração que ele havia comprado pela internet.
Intrigado com aquele conteúdo, o cidadão relatou o ocorrido para a Secretaria de Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural de seu estado.
Temendo uma ameaça, a instituição emitiu um alerta sobre os pacotes para a Companhia de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).
Desde então, os envios continuaram acontecendo, sabe-se que as sementes misteriosas já chegaram a brasileiros de pelo menos oito estados do país pelo correio.
Contudo, o Brasil não é o único a receber esses pacotes: o fenômeno também foi detectado nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido.
Possível origem
Desde o início dos relatos, temendo o risco de contaminação, o Ministério da Agricultura recomenda fortemente que aqueles que receberam as sementes entreguem o pacote para as autoridades locais.
Além disso, moradores foram instruídos para que os itens misteriosos não sejam descartados no lixo e nem plantados.
Sabendo da repercussão do caso, a Embaixada da China negou em outubro deste ano, que o país seja o responsável pelo envio dessas sementes estranhas.
De acordo com as autoridades locais, em uma investigação preliminar, especialistas identificaram a presença de fraude nas etiquetas de postagem.
O país asiático ainda se mostrou disposto a colaborar com as autoridades brasileiras na investigação.
Conteúdo perigoso
Com a origem incerta, mais investigações estão sendo realizadas. Em uma recente análise promovida pela Superintendência do Laboratório de Defesa Agropecuária de Goiás, em 26 de outubro, os especialistas divulgaram um resultado alarmante sobre as sementes em solo brasileiro.
De acordo com o novo laudo, foi possível constatar a presença de pragas que não existem na vegetação e nem na agricultura brasileira. O estudo revelou que 17 das 36 amostras analisadas, até o momento, apresentaram um risco para o país.
Segundo os especialistas, o dado mais preocupante é a presença da praga Myosoton aquaticum — considerada uma espécie daninha nos campos de trigo na China. A praga põe em risco a agricultura do Brasil, já que pode causar grandes impactos econômicos.
Os resultados também identificaram a presença de espécies daninhas dos Estados Unidos e Canadá, além de plantas invasoras do México, Japão, Coreia, Chile e Austrália.
Possível prática
Mas, afinal de contas, no que consiste o envio dessas sementes misteriosas?
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, existe a possibilidade de que as encomendas façam parte de uma prática chamada brushing.
O fenômeno consiste no envio de itens não solicitados com o objetivo de registrar compras falsas. A prática não é tão incomum e costuma acontecer em lojas on-line.
Através da falsa encomenda, os golpistas se passam por clientes e enviam objetos indesejados para endereços reais, que são encontrados através do roubo em banco de dados.
Com os envios falsos, a loja pode realizar uma autoavaliação em seu site, falando bem do próprio negócio, o que ajuda em sua divulgação no meio on-line.
Contudo, em contra ponto, a prática ilegal de brushing não explicaria a presença das pragas identificadas no estudo recente, por isso, o envio das sementes continua sendo um mistério, que deve ser analisado pelas autoridades locais.
O que fazer?
Diante do mistério, o órgão pede para que os pacotes não sejam abertos, independente da origem.
Além do alerta, os moradores também são aconselhados a não plantarem, consumirem ou jogarem as sementes no lixo. Nesse sentido, é recomendado que os pacotes sejam levados até o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Segundo o Ministério, os pacotes recebidos serão analisados pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia.
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