Intitulada Tragédia à beira mar, a imagem ganhou um Pulitzer e eternizou um momento de agonia e desespero
Alana Sousa Publicado em 03/10/2020, às 07h00
Um momento raro, feliz, memorável, pode ser capturado através de uma fotografia. Uma imagem que eternizará segundos importantes da vida de qualquer pessoa. Mas não foi isso que aconteceu com o casal Sr. e a Sra. John McDonald que, através de uma foto, viveria para sempre minutos de pânico e desespero.
Aquela manhã de 2 de abril de 1954, entrou para História. De um lado o prestígio para um trabalho fotográfico cativante; de outro, a agonia de uma família que acabaria da pior forma possível.
Tragédia à beira mar
John Gaunt era fotógrafo do renomado Los Angeles Times, mas naquela sexta-feira em particular estava descansando em sua casa, que ficava na cidade de Hermosa Beach, no estado da Califórnia, Estados Unidos.
Até que ouviu seus vizinhos gritarem, alguma coisa estava acontecendo na praia que ficava bem próxima à sua residência. Sem hesitar, pegou sua câmera Rolleiflex e, ao lado de muitos outros curiosos, correu para a costa.
Chegando lá, uma cena chamou atenção. Gaunt fez o que sabia de melhor: fotografou tudo, a 200 metros de distância. Sua máquina capturou um casal à beira mar, eles eram jovens e pareciam atormentados. Seguravam um no outro, enquanto seus olhares aflitos encaravam o mar de uma maneira angustiante.
John logo concluiu que alguém deveria ter se perdido, apenas a sensação daquele pressentimento ser real lhe deu um aperto no peito — os detalhes da história viriam em seguida.
Alguns minutos antes, o filho de um ano e sete meses dos McDonald estava brincando na costa, até que a força das ondas o puxou para dentro do oceano. O fim foi o pior que se poderia imaginar, pouco tempo depois, o corpo, já sem vida do pequeno Michael foi encontrado a alguns quilômetros de distância.
A fotografia que comoveu o mundo
Na manhã seguinte, a instigante fotografia apareceu na primeira página do Los Angeles Times, intitulada Tragedy by the Sea (Tragédia à beira mar, em tradução livre para o português). Todos se mostravam comovidos por aquela fatídica imagem, ainda mais quando seu contexto era apresentado.
No ano de 1955, a captura rendeu a Gaunt o Prêmio Pulitzer para fotografia de imprensa, a crítica descreveu o trabalho como “profundamente comovente”. No entanto, para John, o peso de ter sido responsável por eternizar aquele momento nunca foi fácil de suportar.
Após sua morte, em outubro de 2007, sua filha revelou para a Times que ele se emocionava ao pensar naquelas pessoas, ainda mais, pois, tinha uma criança em casa: “ele tinha apenas 31 anos quando tirou a foto e tinha uma filha de 3 anos em casa”, e acrescentou que por mais que não conhecesse aquele casal na foto, sentia grande empatia.
Ao receber a notícia de que teria ganhado o tão sonhado prêmio, o fotógrafo se sentou e calmamente exclamou para seus colegas “estou doente por dentro”, seu coração doeu diante de um momento tão melancólico.
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