Segundo o cientista, as profecias bíblicas preveem o Armagedom para 2060
Stephen D. Snobelen Publicado em 09/01/2022, às 08h00
Isaac Newton é reconhecidamente um dos pais da ciência moderna. Em 1687, deu à Humanidade as leis do movimento e da gravidade. Depois revelou que a luz branca é heterogênea e explicou as cores do arco-íris. Ainda desenvolveu o cálculo e o telescópio refletor. O que pouco se sabe sobre sua carreira é que ele dedicou mais tempo ao estudo da Bíblia (e de suas profecias) do que à ciência.
Em que acreditava Newton sobre o Apocalipse — o último livro da Bíblia? Ele não via a si mesmo como um profeta, mas apenas como um intérprete das profecias. Nunca achou ter recebido revelações de Deus. Ao contrário, abordou os textos de modo acadêmico, discernindo os significados de símbolos proféticos por meio da cuidadosa comparação entre as escrituras e o estudo da História.
Os resultados de seu meio século de trabalho sobre as profecias são impressionantes e surpreendem tanto aqueles que erroneamente acreditam que Newton era um pensador secular (visão gerada pela ideia de que ciência e religião não têm nada a ver e pela noção de que ele inventou um "universo mecânico") quanto aqueles que não imaginam que o cientista fosse, secretamente, um herege.
Há pelo menos quatro pontos-chave para entender seus estudos: 1) Ele tinha uma visão literal das profecias; 2) Era um milenarista; 3) Para ele, o Livro das Revelações previu 2 mil anos de história da Igreja contados desde a ascensão de Cristo até o seu retorno à terra, incluindo a corrupção da maioria da cristandade e a preservação dos verdadeiros cristãos. Newton concluiu que a Grande Prostituta citada no Apocalipse: 17 era ninguém menos que a Igreja papal; 4) Ele acreditava que as profecias bíblicas revelariam que Deus existe. Mas elas se tornariam totalmente claras só quando acontecessem. "A forma (como ocorrerá) eu não sei. Deixemos o tempo ser o intérprete", escreveu.
Ao estudar o Velho Testamento, concluiu que os judeus um dia retornariam a Israel, o que serviria como evidência de que a Bíblia é verdadeiramente inspirada por Deus, e o Templo de Jerusalém seria reconstruído. O evento essencial da hora do fim seria a Segunda Vinda de Cristo, que subjugaria os maus e estabeleceria o Reino de Deus na Terra — esse millenium de paz estaria descrito em Isaías:2. Mas a vitória seria precedida pelo Armagedom, o grande conflito mencionado no Apocalipse: 16
Quando os judeus voltariam a Israel? Quando o templo seria reconstruído e quando ocorreriam o Armageddon e o retorno de Cristo? Newton considerava várias cronologias baseadas no estudo dos períodos de tempo citados no Livro de Daniel e no Apocalipse. A chave são os 1260 dias mencionados em Daniel: 7.
Assim como outros intérpretes protestantes do século 17, ele acreditava que esses dias representavam anos e o período de corrupção mais profunda da Igreja Católica Apostólica Romana. Os eventos da hora do fim ocorreriam perto da conclusão desses 1260 anos. Para descobrir quando seria esse momento, Newton dedicou-se, primeiro, a verificar quando teria começado esse período.
Em décadas de estudos, considerou mais de uma possível data inicial, inclusive a queda do imperador romano do leste, Phocas, em 607, que transformou o papa em bispo universal. Isso colocaria o Armagedom por volta de 1870. Depois, Newton identificou o ano 800 como o ponto de partida — ano em que Carlos Magno foi coroado à frente do Sacro Império Romano. Assim, o período de 1260 anos de maior apostasia e corrupção da Igreja terminaria em 2060, ou por aí.
O ano de 2060 não traria o fim do mundo, mas o fim da corrupção, da Santíssima Trindade Cristã (para Newton, sobretudo o catolicismo romano, o qual chamava de "babilônio"). Haveria pragas, guerras e grande calamidade até o millenium, mas tudo isso seria o prelúdio para o Reino de paz, quando os homens transformariam espadas em arados e lanças em foices. Portanto, para Newton, o Armagedom e a queda do cristianismo corrupto seria apenas a tempestade antes da calmaria, quando Cristo traria uma era de paz, prosperidade e pureza espiritual.
Stephen D. Snobelen, é professor de História da Ciência e Tecnologia na Universidade Kings College, em Halifax, escritor e diretor do Newton Project.
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