A série alemã "A Imperatriz", da Netflix, mescla ficção e realidade histórica, trazendo personagens inspirados em figuras reais da realeza; confira!
Luiza Lopes Publicado em 27/11/2024, às 19h00
A série alemã "A Imperatriz", que estreou em setembro de 2022, rapidamente se tornou uma das produções de língua não-inglesa mais populares da Netflix. Agora, dois anos depois, a segunda temporada chega ao serviço de streaming, prometendo continuar a cativar os fãs com a história de Elisabeth da Áustria, conhecida como Sissi.
A produção mescla ficção e realidade histórica, trazendo personagens inspirados em figuras reais da realeza. A seguir, compare o elenco de "A Imperatriz" com as personalidades históricas que deram origem aos seus papéis.
Devrim Lingnau interpreta Elisabeth, trazendo à tona uma versão da personagem que condiz em muitos aspectos com a realidade histórica, mas com algumas liberdades criativas.
A verdadeira Sissi, como retratada na história, foi uma mulher conhecida por sua personalidade ousada, independente e, por vezes, rebelde, características que são refletidas na série.
Conforme conta a historiadora María Pilar Queralt del Hierro no livro "A sombra de Sissi: a trágica história de uma família amaldiçoada", Elisabeth teve uma infância no campo e cresceu com um espírito livre, o que se alinha com a representação da personagem na trama.
No entanto, a série apresenta uma versão mais idealizada de Sissi ao retratar seu relacionamento com o imperador Franz Joseph como um romance crescente e cheio de paixão desde o início. Na vida real, o casamento deles teve desafios e distâncias emocionais ao longo dos anos, com Elisabeth lutando para se adaptar à rígida corte imperial e ao papel de imperatriz.
O mesmo ocorre com Philip Froissant, que interpreta o imperador Franz Joseph na série. Sua performance reflete uma série de semelhanças com o personagem histórico, embora com algumas adaptações para fins dramáticos.
Joseph, na realidade, era um monarca jovem que, assim como na série, herdou o trono em uma época de grande instabilidade, lidando com questões políticas e uma corte cheia de intrigas.
Na série, ele é retratado como alguém que se vê dividido entre o amor por Elisabeth e os desejos da sua mãe, o que reflete as dificuldades reais de Joseph ao tentar equilibrar suas responsabilidades políticas com a vida pessoal.
No entanto, a série tende a apresentar uma versão mais idealizada do imperador, focando em sua conexão romântica com Sissi, que é rápida e intensa. Segundo Hierro, historicamente, o relacionamento entre eles não foi tão simples e imediato quanto mostrado na produção.
Embora tenham se apaixonado, o casamento enfrentou grandes desafios, incluindo distanciamento emocional e diferenças de temperamento, com Sissi muitas vezes isolada na corte e frustrada com a falta de apoio do marido.
Melika Foroutan interpreta a Arquiduquesa Sophie, mãe do imperador Franz Joseph. A personagem retratada pela atriz é uma mulher imponente e controladora, que faz tudo o que está ao seu alcance para garantir a estabilidade e o poder do império, muitas vezes à custa da relação com a nora, Elisabeth.
Essa representação é fiel à figura histórica de Sophie, que, de fato, desempenhou um papel de grande influência na corte austríaca, sendo uma mulher dominadora e com um forte senso de dever para com a dinastia dos Habsburgo.
Conforme conta a historiadora, Sophie, na vida real, era conhecida por seu temperamento forte e dedicação ao legado dinástico, o que é refletido na série, principalmente na maneira como ela pressiona Elisabeth a ter um herdeiro homem.
A principal diferença é que, na série, há uma ênfase maior no conflito pessoal entre as duas mulheres, o que pode ser uma dramatização para aumentar a tensão na narrativa, enquanto na vida real, Sophie, embora dominante, também teve momentos de contenção em suas interações com a imperatriz.
O Arquiduque Maximiliano da Áustria é interpretado por Johannes Nussbaum. O personagem, irmão do imperador Franz Joseph, é retratado como o típico "encrenqueiro" da família real, caracterizado por sua natureza impulsiva, aventureira e sedutora.
Ele se mostra descontente com o papel que lhe foi designado e busca constantemente a atenção e o poder que seu irmão detém. Sua atitude desafiante em relação a Franz e sua cobiça por Elisabeth são elementos dramáticos na trama, que servem para intensificar o conflito familiar e as tensões dinásticas.
Segundo o site Marie Clarie, Maximiliano também era conhecido por sua ambição e por ser uma figura rebelde dentro da família imperial, embora as dinâmicas reais não tenham sido tão simplificadas como na série.
Maximiliano foi nomeado para missões importantes em outros países, como o México, onde governou como imperador em um período tumultuado, mas a relação com seu irmão Franz não foi marcada apenas pelo antagonismo.
Embora Maximiliano tenha sido, de fato, mais inclinado à aventura e ao risco, sua imagem histórica também é de alguém com profundas preocupações políticas, e não apenas uma busca por status e mulheres, como é apresentado de forma mais dramática na série.
Alexander Finkenwirth interpreta Alexander von Bach, o ministro do Interior do Império Austríaco. O personagem é retratado como uma figura poderosa e determinada, cuja principal missão é garantir a estabilidade interna do império, incluindo o gerenciamento de questões políticas e militares, e pôr fim à guerra.
Historicamente, Alexander von Bach foi, de fato, um político austríaco de grande influência, conhecido por sua posição de destaque durante o reinado de Franz Joseph, repercute o site.
Ele foi o principal arquiteto das reformas que consolidaram o autoritarismo no império, principalmente durante o período pós-1848, quando eram vivenciadas uma série de revoluções e levantes.
A interpretação de Finkenwirth traz uma visão mais diplomática do personagem, talvez para se alinhar com a narrativa de "A Imperatriz", que se concentra mais nos conflitos familiares e no drama da corte, deixando um pouco de lado as complexidades políticas mais duras associadas à verdadeira figura histórica.
Josephine Thiesen interpreta a princesa Marie Charlotte da Bélgica na segunda temporada de "A Imperatriz", um papel que se inspira na figura histórica de Marie Charlotte Amélie Augustine Victoire Clémentine Léopoldine.
Nascida em Bruxelas em 1840, Marie era filha do rei Leopoldo I da Bélgica e de sua segunda esposa, Louise of Orléans. Em 1857, ela se casou com o arquiduque Maximiliano da Áustria, o irmão mais novo do imperador Franz Joseph, e passou a ser conhecida como Imperatriz Consorte do México, após a ascensão de Maximiliano ao trono mexicano em 1864.
Na série, a personagem de Thiesen é mostrada se apaixonando por Maximiliano, o que reflete o vínculo estreito que ela de fato teve com seu marido. No entanto, ao contrário da personagem fictícia da série, a verdadeira foi uma mulher profundamente envolvida nas questões políticas e que exerceu uma regência no México durante a ausência de Maximiliano, quando ele esteve envolvido em viagens pelo país.
Como a primeira mulher a governar o México, ela assumiu funções executivas significativas, governando efetivamente enquanto seu marido estava distante. Sua liderança, no entanto, foi ofuscada pela queda do Segundo Império Mexicano e pela execução de Maximiliano pelas tropas republicanas de Benito Juárez em 1867.
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