Pairando na literatura brasileira, essa dúvida tem longa data
Joseane Pereira Publicado em 21/02/2020, às 11h00
Mesmo quem nunca leu Dom Casmurro conhece um pouco da obra. Publicado em 1900, o livro é uma autorreflexão do personagem Bentinho sobre sua própria vida: a juventude no seminário, onde conheceu seu melhor amigo Escobar. Capitu, seu amor de infância do qual precisou se separar por um tempo. E o suposto final feliz, onde ele se casa e tem um filho com Capitu, vivendo em harmonia com seu melhor amigo e Sancha, a mulher dele.
Entretanto, algo dá errado: cada vez mais enciumado, Bentinho passa a duvidar da fidelidade de sua esposa, pensando que ela o havia traído com Escobar. Conforme seu filho crescia, era evidente o rosto de seu amigo refletido nele. Desta forma nos infiltramos na mente de Bento, que agora virou o solitário Dom Casmurro, remoendo suas dúvidas sobre o passado.
Afinal, Capitu realmente o traiu?
A melhor resposta é talvez. Quando entendida de forma simples, a história realmente parece relatar as amarguras de um homem traído - e foi interpretada desta forma durante muito tempo.
Entretanto, por mostrar o ponto de vista de apenas um personagem, o livro não trás a resposta sobre o que realmente ocorreu: “Não é possível afirmar, por meio da investigação das marcas textuais no romance, que Capitu tenha ou não traído Bentinho”, afirma Andrea de Barros, doutora em Teoria e História Literária pela Unicamp.
E era esse o objetivo de Machado de Assis: deixar a dúvida no ar. Seria tudo uma criação fantástica de Bento? Em que medida a mente dele se aproxima da nossa, criando narrativas nem sempre verdadeiras sobre a realidade? Através da admirável garota com olhos de ressaca, Machado nos desafia a uma autoanálise, identificando se nossas crenças e convicções condizem com o mundo real ou se somos apenas um bando de loucos.
Tais reflexões transformaram Dom Casmurro em uma relíquia da literatura brasileira e universal, que continua a fascinar e deixar em dúvida gerações de leitores.
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