Mulheres muçulmanas adeptas ao hijab ou niqab ainda sofrem diversos ataques intolerantes
Giovanna de Matteo Publicado em 18/10/2020, às 15h46
O uso do véu e de roupas que podem cobrir partes específicas do corpo é um mandamento determinado no livro sagrado Alcorão, para todas as mulçumanas, e serve, portanto, para identificação social do grupo religioso. No entanto, sobre as mulheres que usam, recai toda a moralidade islâmica. Mas você sabia que existem diferentes tipos deles?
É comum que as pessoas confundam vestimentas religiosas das mulheres muçulmanas, afinal, cada cultura determinou diferentes concepções para o cobrimento do corpo. O cobrimento do corpo não é uma obrigação religiosa, mas sim um mandamento passado através do Alcorão.
Mulheres muçulmanas adeptas ao hijab ou niqab vêm sofrendo diversos ataques preconceituosos e intolerantes, quando o uso de suas vestimentas são desmoralizadas e vistas como opressoras, principalmente no Ocidente.
No entanto, elas garantem: isso é um compromisso delas com Alá e uma escolha pessoal de cada uma. Hoje em dia, o hijab ganha visibilidade entre diversos movimentos feministas, representando o empoderamento de mulheres muçulmanas que querem seguir sua fé sem ser alvo de comentários negativos.
Pensando nisso, confira abaixo os significados de cada uma dessas vestimentas e o uso atual.
1. Hijab
O hijab é a vestimenta majoritária das mulheres muçulmanas ao redor do mundo. Em praticamente todos os países você encontrará uma seguidora do islã usando esse tipo.
Ele consiste basicamente em um véu que se coloca ao redor da cabeça, cobrindo orelhas, pescoço, e o cabelo, e pode ser enrolado da forma que a mulher preferir.
Junto ao hijab, elas costumam usar roupas que escondem toda parte do corpo, excluindo o rosto, as mãos e pulsos, e pés. Além disso, não há regras, podendo usar roupas de todos os tipos, como calças, saias, vestidos e blusas de manga comprida.
2. Niqab
Já o niqab também é um véu, entretanto, seu uso é feito de uma forma diferente, cobrindo além das partes convencionais, e deixando apenas os olhos à mostra. Costuma ser usado com outra vestimenta de corpo inteiro, quase como um pano que fica sobre a roupa de baixo. Para os homens também existem regras: roupas que escondam o joelho, ombros e umbigo, além do uso de um turbante.
Atualmente, o hijab (citado no tópico anterior) só é obrigatório por lei na Arábia Saudita e na República Islâmica do Irã. O Irã, no entanto, se adapta melhor ao uso do niqab, pois durante a revolução islâmica era de uso obrigatório. Já na Arábia Saudita, a lei existe no papel, todavia, mulheres que decidirem não usar não são punidas de nenhuma forma, desde que estejam vestidas modestamente.
Em outros países que seguem essa religião, ao menos que você esteja em uma mesquita, não há leis a respeito do uso, embora em alguns lugares ele venha acompanhado de um senso comum cultural passado pelos povos durantes milhares de anos e, portanto, o uso é generalizado entre a população, e muito bem visto por eles quando turistas seguem as normas meramente sociais de vestimenta.
3. Burca
A burca é uma vestimenta específica, que cobre todo o corpo, desde a cabeça até os pés, tendo uma tela entre os olhos para permitir a visão, mas ainda sim escondê-la. Essa veste é muito particular: ela é o símbolo do regime Talibã.
Durante a revolução do Talibã no Afeganistão, ela era de uso obrigatório. Hoje em dia não é mais, mas ainda continua sendo usada pelas mulheres nessa região, e também no Paquistão, principalmente em territórios da etnia pachto.
O uso da burca já foi proibido totalmente na França, e em lugares públicos na Bélgica, Bulgária, Itália, Áustria e Holanda. Recentemente a Dinamarca também proibiu.
A República dos Camarões e o Sri Lanka também baniu a burca após alguns atentados extremistas serem executados por mulheres que usavam a vestimenta. E em 2016, o próprio Estado Islâmico proibiu a burca e o niqab nos centros de segurança e militares.
Veja abaixo mulheres que usam o hijab e niqab.
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