Houdini em 1899 - Wikimedia Commons
Personagem

Da câmara de tortura ao lanche de agulhas: os atos mais impressionantes de Houdini

O mestre do escapismo deixava plateias boquiabertas em números que pareciam muito perigosos, durante o começo do século 20

Vanessa Centamori Publicado em 20/08/2020, às 17h15

Respeitável público, eis aqui a verdadeira identidade do mágico mais famoso da história: o húngaro Erich Weisz. Pois é, quem via o espetáculo de Harry Houdini, mal imaginava o nome real do ilusionista — ou as farsas por trás de seus truques. 

A inventividade era seu segredo. Tal dom levou-lhe, em 1894, a se lançar como o emblemático Houdini, na flor dos seus 20 anos de idade. Suas habilidades de escapismo e algemas rapidamente impressionaram a todos. Cinco anos depois, o empresário Martin Beck encheu a agenda do ilusionista de performances.

Cena da série Houdini / Crédito: Divulgação/ Lionsgate Television 

 

Em 1900, o mágico voltou para a Europa e fez uma grande turnê exclusiva, passando por países como Inglaterra, Escócia, Holanda e Alemanha. Enquanto deixava plateias boquiabertas, chegou até a ser desafiado por policiais, que o prendiam com suas algemas — e ele sempre conseguia escapar. Houdini realizava seus incríveis truques, ao ponto de convencer tanta gente. 

Veja abaixo alguns dos principais atos. 

1. Câmara de tortura debaixo d'água

Nesse número, o ilusionista entrava dentro de uma caixa com água e ficava trancafiado nela diante do público, que temia por sua morte. A seguir, uma cortina se abaixava em volta da caixa e de modo espetacular Houdini reaparecia com vida. 

Nos bastidores, ele na verdade apenas se deitava no palco e prendia os pés à tampa da caixa. Então a tampa era colocada acima do tanque, de modo que dava a ilusão que o mágico havia submergido. A tampa era fixada com uma chave, que — embora assim parecesse — não fechava a tampa. 

A chave, na verdade, acionava um mecanismo que afrouxava os pés de Houdini, permitindo que ele se soltasse com pouco esforço. A seguir, ele mudava de posição na câmara e segurava a respiração, com a ajuda de uma bolsa de ar no topo.

Por último, ele abria portinholas da tampa da caixa de modo discreto, enquanto a "câmara de tortura" ainda estava coberta por uma cortina. Ninguém via nada e, às vezes, Houdini até demorava de propósito para sair — só para assustar a plateia. 

Cartaz apresenta espetáculo de Houdini / Crédito: Wikimedia Commons 

 

2. Correnteza

Em 1912, o mágico se superou, resolvendo enfrentar a mãe natureza. Mais precisamente, ele se lançou dentro de uma caixa, ficando à mercê da correnteza do rio East River, de Nova York.

O número de escapismo, entretanto, era bem menos complexo do que parecia. Houdini começava entrando no topo da caixa, que era fechada com pregos e correntes. Usava algemas falsas, que eram presas nos pulsos. Era então lançado ao rio. 

Fugir de lá dependia apenas do piso do caixão, composto por dobradiças que formavam uma portinhola. Essa portinha, para evitar a entrada de água, só abria por dentro. O ilusionista então, simplesmente abria a saída e fugia. Depois, fechava a válvula por onde saiu e mergulhava até a superfície, sendo resgatado saudável por uma equipe de socorro. 

3. O elefante que some 

Em 7 de janeiro de 1918, no New York’s Hippodrome, Houdini fez um elefante, um animal de algumas de toneladas, sumir em um piscar de olhos — pelo menos foi o que acreditaram as pessoas. 

Mas, antes do animal entrar em cena, o público via uma caixa, mas só no sentido da largura. Entretanto, era no sentido da profundidade que morava o segredo: uma porta dupla com um recorte oval. Enquanto essa porta era escondida de um lado, de outro, o elefante e o tratador entravam por uma cortina. 

Houdini em um número com um elefante / Crédito: Wikimedia Commons 

 

A caixa, com rodinhas, era girada por 12 homens de seis a sete minutos. O tratador, enquanto isso, colocava o animal para um canto e puxava um pano preto que cobria os dois. Quando Houdini abria a cortina, não dava para ver mais o bicho. Mas o grandalhão não tinha sumido de uma hora para outra: continuava escondido no canto. 

4. Muro de tijolos

Nesse número, um muro de tijolos era construído ao vivo, mas o ilusionista, em um passe de mágica, escapava mais uma vez. O artista mandava operários construírem a estrutura, enquanto ele realizava outros atos fantásticos. Assim que a obra acabasse, ele falava para a plateia comprovar que os tijolos eram reais. 

Depois, telas opacas eram instaladas nos dois lados do muro para evitar que o truque fosse feito de um pulo de um lado para o outro. Então, de modo inacreditável, Houdini atravessava até o outro lado da parede, como se fosse um fantasma.

Parecia impressionante, mas a artimanha que fazia isso ser possível era um alçapão largo para que o homem rolasse para baixo e surgisse do outro lado. Além disso, um tapete no piso era flexível e afundava forçando com o próprio peso do corpo, voltando ao normal logo depois. 

5. Lanche de agulhas 

Era hora de Houdini fazer uma pausa para um lanchinho. Ou melhor, ele comia agulhas e uma linha no meio do show de mágica e depois cuspia. Acontece que a ilusão era algo premeditado: o mágico já encontrava o público com a linha na boca. Ela, por sua vez, já carregava as agulhas escondidas. 

O material, que na verdade era inofensivo, ficava entre os dentes e a bochecha. Além deles, havia também outras agulhas que o artista ingeria ao vivo. Mas essas não eram perfurantes e ficavam depois escondidas também dentro da boca dele.

Quando uma assistente de palco trazia um copo d'água para Houdini, ele cuspia tudo no copo mesmo. Era nojento, mas não levantava suspeitas: como mágica, parecia até que ele tinha ingerido tudinho. 


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