O Führer quase meteu as mãos no importante local durante negociações realizadas com o governo chileno de Arturo Alessandri
André Nogueira Publicado em 31/12/2019, às 09h00
1937 foi um ano bizarro. E um dos eventos históricos que mais podem atentar tal curiosidade foi a negociação feita entre o governo chileno de Arturo Alessandri a Alemanha Nazista com o objetivo de vender a Ilha de Páscoa.
A pequena ilha sul-americana foi oferecida a Hitler como forma de arrecadação de fundos, por parte do Chile, para a compra de dois cruzadores da Marinha, que controlavam o local.
A história foi abordada no livro Rapa Nui, Uma Ferida no Oceano, do historiador Mario Amorós, lançado em 2018.
“Para o Chile continental, a ilha era principalmente um lugar marcado pelo estigma da lepra e, para o poder político, um lugar distante, cedido à Marinha e arrendado para uma empresa privada, com muito pouco valor”, aponta Amorós sobre o território que pertence ao país desde 1888, mas que somente em 1966 teve reconhecimento dos direitos civis e políticos pelo Estado Chileno.
Na época, o Chile sentia os efeitos da crise global de 1929 e precisava de fontes de recursos para o aprimoramento da defesa, numa época em que se temia uma contra iniciativa militar por parte de uma aliança entre Peru, Bolívia e Argentina. Este último havia, pouco tempo antes, encomendado oito navios de guerra do Reino Unido, o que incentivou a decisão de Alessandri.
Sabia-se que os EUA e o Japão haviam participado das negociações pela venda da ilha histórica, mas os acordos com a Alemanha foram acobertados, por mais que o Chile tivesse comprado 36 aviões militares do Reich “de maneira arbitrária e incorrendo em práticas corruptas” pouco tempo antes.
Amorós relatou que a descoberta foi realizada no XVI Congresso da Associação de Historiadores Latinoamericanistas Europeus de 2011, em Cádiz, onde o professor húngaro Ferenc Fischer, especialista na história das Forças Armadas chilenas, apresentou uma conferência referente às negociações secretas mantidas por ambos os países entre 1935 e 1939.
Lá, foi apresentado um documento do arquivo do Ministério das Relações Exteriores em Bonn, sobre uma negociação entre ministro José Ramón Gutiérrez Alliende e o embaixador alemão no Chile.
No entanto, nenhuma das negociações secretas prosperou. “Descartaram a compra da ilha porque consideraram que seu valor, do ponto de vista naval, era escasso. No entanto, Londres e Washington avaliaram que não era conveniente que o Japão, a Alemanha ou a Itália (as futuras potências do Eixo) ficassem com a ilha”, revelou Amorós sobre a recusa britânica da compra, única cujas razões são conhecidas. O Chile nunca vendeu a ilha.
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