Conheça algumas figuras que foram retratadas de maneira errada ao longo da História
Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 11/02/2021, às 15h58
Imaginar uma pessoa branca ao pensar em grandes personalidades da história é um hábito bastante recorrente, mas incorreto. Essa situação remonta de muito antes, quando as teses eugenistas guiavam todo o mundo.
O eugenismo ditava que o homem branco tem um padrão genético superior ao de outras etnias, daí vêm às tentativas de embranquecer - tornar branco - diversas figuras importantes de todos os tempos.
Pensando nisso, o site Aventuras na História preparou uma lista de personalidades que não foram retratadas como realmente eram. Confira!
1. Machado de Assis
Fundador da Academia Brasileira de Letras, Joaquim Maria Machado de Assis foi quase sempre branqueado onde aparecia, desde em fotografias com amigos até em seus livros.
O consagrado autor de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”, era neto de escravos alforriados. A prova de que Machado era negro vem da recuperação de algumas imagens, que deixam claro a cor de sua pele.
Hoje, várias iniciativas tentam reparar o enorme erro que envolveu o romancista. Um dos exemplos partiu da Faculdade Zumbi dos Palmares, que em 2019 lançou a campanha “Machado de Assis Real”, para que seus livros sejam reimpressos com uma nova imagem.
Recentemente, a Editora Antofágica cumpriu o incrível propósito e estampou a foto real de Machado em novas edições de seus clássicos.
2. Jesus Cristo
A Bíblia, considerada a obra mais lida da história, explicou a trajetória de Jesus na Terra e é base para a maioria das religiões que conhecemos hoje, com origem no cristianismo.
Contudo, o livro não fornece descrições físicas dessa presença divina em nenhum momento. Para contornar isso, estudiosos entraram em um consenso de que, na verdade, Jesus não era branco.
Ele nasceu em Israel e foi executado pelo Império Romano no século I. Dessa forma, a tese é de que tenha sido um judeu de pele escura, assim como os habitantes do Oriente Médio na época.
Em santinhos e produções audiovisuais, porém, Jesus é sempre retratado como homem branco e de características europeias.
3. Rainha Charlotte
Esposa do rei George III, Sophie Charlotte de Mecklenburg-Strelitz, da Inglaterra, na verdade tinha descendência negra. Ela reinou ao lado de seu marido durante os anos de 1760 e 1820.
Contudo, apesar de sua verdadeira origem, ela sempre foi retratada de maneira errada. A monarca era descendente Margarita de Castro e Sousa, que fazia parte de um clã negro da Casa Real Portuguesa e se envolveu com o rei português Afonso III.
Segundo o médico Christian Friedrich Freiherr von Stockmar - que fora próximo da realeza britânica - a mulher era "dona de uma verdadeira face mulata". Trata-se então, da primeira rainha da Inglaterra com origens africanas.
Charlotte, inclusive, foi retratada na série Bridgerton, da Netflix, como uma nobre negra casada com um homem branco.
4. Cleópatra
Uma das revelações mais chocantes é a de que a rainha egípcia não era branca, já que a imagem que conhecemos dela sempre foi assim. No clássico filme de 1963, Cleópatra é interpretada pela atriz anglo-americana Elizabeth Taylor.
Contudo, o consenso entre historiadores diz que Cleópatra tinha a pele mais escura. A Grécia foi formada por uma miscigenação de outros povos, a qual a menina que seria a futura rainha do Egito, tem traços gregos, persas e egípcios.
"Porém são misturas de longas datas que não se pode definir de maneira verídica a cor real da pele de Cleópatra, isso vai mudando de acordo com pesquisas, entretanto, os traços da face da jovem que assume o trono egípcio aos 19 anos de idade, são diferentes daquilo que se propaga", diz o historiador Ueldison Alves de Azevedo.
5. Alexandre Dumas
O autor de “Os Três Mosqueteiros” e “O Conde de Monte Cristo” teve ascendência negra. Seu pai, Thomas-Alexandre Dumas, nasceu no Haiti da mistura de um marquês branco com uma escrava negra.
Ainda assim, Alexandre Dumas sofreu com o racismo da época, tendo sido representado como branco em suas obras e em diversas pinturas. Dumas morreu em 1870, mas foi a exumação do corpo em 2002 que finalmente confirmou sua origem.
Neste ano, a pedido do presidente francês Jacques Chirac, ele foi sepultado no Panteão ao lado de grandes autores, como Victor Hugo e Voltaire.
O governante então reconheceu a enorme injustiça que Dumas havia sofrido, e por não ter sido enterrado no local em que morreu, mais de um século antes.
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