‘Assassinos da Lua das Flores’, que concorre ao Oscar de melhor filme, é baseado em um livro de David Grann, mas possui algumas modificações; saiba quais!
Isabelly de Lima Publicado em 10/03/2024, às 12h00
O filme de Martin Scorsese, "Assassinos da Lua das Flores", entrelaça-se com o livro de mesmo nome, de David Grann, tecendo uma narrativa rica e complexa. A obra cinematográfica, lançada em 2023, captura a essência do livro de 2017, mergulhando na investigação dos assassinatos de membros da tribo Osage na década de 1920. Fascinante, o filme foi indicado em 10 categorias do Oscar 2024.
O filme, estrelado por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, traduz em imagens vívidas a atmosfera sombria e tensa da época. A trama acompanha o agente do FBI Tom White (Jesse Plemons) enquanto desvenda a conspiração por trás dos crimes, confrontando poderosos fazendeiros e políticos.
Ao mesmo tempo, o livro de Grann oferece uma investigação profunda e meticulosa dos eventos históricos. Por meio de pesquisas e entrevistas, o autor reconstitui a história real, dando voz às vítimas e contextualizando os acontecimentos em seu tempo.
Entretanto, algumas diferenças entre as duas obras são notáveis. Veja algumas das diferenças entre o livro e o filme “Assassinos da Lua das Flores”:
O filme gira em torno da história de Mollie Burkhart (Lily Gladstone) e seu marido, Ernest (DiCaprio). A narrativa acompanha o casal desde o início de seu relacionamento, passando pelo casamento e o nascimento dos filhos. No entanto, a abordagem do filme difere do livro de Grann, que se concentra no agente Tom White enquanto ele investiga os assassinatos dos Osage.
No livro, Mollie e Ernest têm papéis importantes para que Tom entenda o caso, mas são personagens secundários. Por outro lado, a produção destaca a importância de Mollie e Ernest desde o início, trazendo-os para o primeiro plano da história.
Inicialmente, o longa seguia o formato do livro, focando em Tom White e na investigação. No entanto, o roteiro foi reescrito para destacar Mollie e Ernest, conforme a visão do diretor Martin Scorsese de imergir na história e nas tradições dos Osage.
Scorsese revelou para a Time que sentiu que contava a história de uma perspectiva externa e que o filme abordava essencialmente os personagens brancos envolvidos, algo que ele queria evitar. Ao dar mais destaque a Mollie, o longa ganhou direção e emoção.
Ainda que o filme termine com Ernest e Hale (De Niro) na prisão, Grann não acreditava que o FBI havia descoberto toda a conspiração de assassinato para roubar a riqueza dos Osage. Muitos assassinos saíram impunes, e vários outros crimes nem sequer foram registrados.
Houve muito mais assassinatos do que se pensava inicialmente, já que muitos Osage morreram em circunstâncias suspeitas. A família de Mollie Burkhart foi uma das mais afetadas, mas não foi a única. Muitas pessoas estiveram diretamente envolvidas ou foram cúmplices, e muitas escaparam impunes.
Depois dos assassinatos de seus familiares, Mollie pede dinheiro para viajar a Washington, DC, e se encontrar com o presidente Coolidge. Ela fala sobre o que aconteceu com sua família e os assassinatos dos Osage, mas é ignorada.
Mais tarde, a personagem posa para uma foto com o presidente e outros indígenas. Os Osage foram à Washington e pediram ao governo federal que investigasse a série de assassinatos conhecida como "Reinado do Terror", entretanto, a verdadeira Mollie não estava com eles.
A pesquisa pessoal de David Grann é a base do livro "Assassinos da Lua das Flores", do qual o filme foi adaptado. Grann inclui sua própria perspectiva sobre os eventos narrados no livro, algo comum em adaptações cinematográficas. No entanto, o filme omite a perspectiva dele, focando apenas na narrativa.
Kelsie Morrison (Louis Cancelmi) foi contratado por Ernest e Hale para matar Anna Brown (Cara Myers), e, embora o sobrinho de Hale, Bryan (Scott Shepherd), também estivesse envolvido, Kelsie foi julgado por atirar em Anna. O Bureau of Investigation recrutou Morrison como informante para evitar uma acusação de agressão.
Tom White só descobriu sobre o envolvimento de Morrison no assassinato de Anna Brown quando Ernest Burkhart revelou a informação. Depois que seu envolvimento com o assassinato de Hale e Anna foi revelado, o tempo de Morrison como informante terminou, conforme o Screen Rant.
Um advogado branco confiável, WW Vaughan, desempenhou um papel importante nas tentativas de encontrar os assassinos, mas foi morto antes de revelar suas descobertas, e ele também não foi inserido no filme.
Mollie, devastada pelo assassinato de sua irmã Anna, contratou uma equipe de investigadores particulares para solucionar o crime, mas eles foram mortos ou eram corruptos. No entanto, esse fato não foi incluso na trama dos cinemas.
Já os planos de William King Hale são claros desde o início no filme, mas o livro mantém o mistério sobre o escopo completo dos assassinatos dos Osage, revelando-os gradualmente ao longo da narrativa. Mas claro, para a narrativa do filme, seria mais fácil deixar tudo claro.
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