A mente por trás de "Cidade dos sonhos", morte de David Lynch foi anunciada nesta quinta-feira, 16; relembre o filme que não o agradou
O cineasta americano David Lynch faleceu aos 78 anos, deixando um legado cinematográfico marcante. Conhecido por obras-primas como "Cidade dos sonhos" (2002) e pela série "Twin Peaks", Lynch acumulou ao longo de sua carreira quatro indicações ao Oscar.
Ainda não foram divulgadas informações oficiais sobre a causa de seu falecimento. No entanto, em 2024, Lynch havia compartilhado que foi diagnosticado com enfisema pulmonar, uma condição que resultou de anos de tabagismo e que limitou sua capacidade de dirigir suas produções pessoalmente.
Em uma declaração divulgada nas redes sociais, a família do cineasta expressou sua profunda tristeza pela perda. "A ausência dele deixa um grande vazio no mundo", afirmaram. "Mas, como ele costumava dizer: 'fiquem de olho na rosquinha, e não no buraco'. Hoje é um dia radiante, com raios de sol dourados e céus azuis."
Responsável por clássicos, um filme evocou memórias menos agradáveis para o cineasta em vida.
Em 1984, Lynch foi responsável por uma versão cinematográfica da obra de Frank Herbert, "Duna", que acabou se revelando um insucesso nas bilheteiras e desapontou muitos admiradores do material original.
O próprio diretor, ao longo dos anos, expressou sua insatisfação com o resultado final dessa adaptação. Sua contratação se deu após o reconhecimento obtido com seu filme "O Homem Elefante" (1980), que recebeu indicações ao Oscar.
Lynch comentou sobre sua perspectiva a respeito do gênero, afirmando que não era particularmente entusiasta de épicos de ficção científica como a famosa franquia Star Wars.
Contudo, ele enxergava em Duna uma proposta diferenciada, ressaltando que a obra possuía "caracterizações e profundidade críveis". Para ele, Frank Herbert elaborou uma verdadeira "aventura interna", rica em texturas emocionais e físicas.
No entanto, os desafios começaram a surgir quando Lynch apresentou à Universal Pictures um corte de três horas de seu filme, repercute a Rolling Stone Brasil. O estúdio optou por realizar uma edição mais enxuta, eliminando elementos considerados excessivamente estranhos.
O cineasta admitiu que, ao assinar o contrato, percebeu que estava abrindo mão do controle criativo sobre o projeto: "Sabia quando eu estava assinando o contrato que estava assinando a versão final e a partir daquele momento senti que, olhando para trás, comecei a me vender".