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Notícias / Arqueologia

'Vampira da Polônia' ganha rosto graças a artista forense; confira!

Esqueleto de mulher foi encontrado com foice posicionada sobre o pescoço e um cadeado preso ao pé em cemitério do século 17

por Giovanna Gomes
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Publicado em 13/11/2024, às 07h37

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Esqueleto encontrado no norte da Polônia - Divulgação/PBS
Esqueleto encontrado no norte da Polônia - Divulgação/PBS

Em 2022, o arqueólogo Dariusz Polinski e sua equipe da Universidade Nicolaus Copernicus encontraram um esqueleto feminino em Pien, no norte da Polônia, em um cemitério do século 17. Surpreendentemente, os restos mortais estavam enterrados de forma peculiar: uma foice posicionada sobre o pescoço e um cadeado preso ao pé.

Esses elementos refletem práticas ritualísticas destinadas a impedir que o indivíduo retornasse do mundo dos mortos, um costume associado ao folclore local.

Apelidada de Zosia, a mulher tinha entre 18 e 20 anos quando morreu. De acordo com informações do portal de notícias UOL, exames sugerem que ela sofria de dores crônicas de cabeça e episódios de desmaios.

Rituais anti-vampíricos

Zosia é um dos mais de 50 sepultamentos atípicos encontrados na região, evidências de crenças sobre mortos-vivos e rituais "anti-vampíricos". Segundo Polinski, o ferro presente nos objetos servia como proteção contra forças sobrenaturais.

Os itens foram adicionados ao longo do tempo, indicando um medo contínuo de que os mortos retornassem. O cemitério, utilizado por quatro gerações, revela diversas práticas funerárias ritualísticas que permanecem em grande parte não documentadas.

De acordo com Martyn Rady, historiador da Europa Central, práticas para "deter" mortos eram comuns no século 17, embora o termo "vampiro" só tenha sido registrado oficialmente por volta de 1720.

No leste europeu, acreditava-se que algumas pessoas poderiam retornar após a morte como criaturas sobrenaturais, trazendo doenças ou atacando os vivos. Essas crenças geralmente envolviam pessoas que morreram de forma suspeita, como suicidas, ou que eram consideradas possuídas por espíritos malignos.

Rosto de Zosia

A descoberta de Zosia inspirou o artista forense sueco Oscar Nilsson a recriar seu rosto. Utilizando o crânio e o DNA da mulher, Nilsson produziu um modelo 3D do crânio e esculpiu seu rosto com argila. A reconstrução revelou uma jovem de traços delicados.

Rosto de Zosia / Crédito: Divulgação/Oscar Nilsson/Project Pien

Análises de DNA e isótopos indicam que Zosia poderia ter origens escandinavas. Objetos de luxo encontrados em seu túmulo, como tecidos ornamentados com fios de prata e ouro, sugerem que ela possuía elevado status social.

A trajetória dessas descobertas e a história da pesquisa sobre vampiros na região são retratadas no documentário Field of Vampires, lançado em outubro de 2024 pela série Secrets of the Dead, exibida no canal PBS.