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Síria: Manifestantes atacam e queimam árvore de Natal

Minorias religiosas temem por seu futuro, enquanto novo governo busca estabilidade em meio a retornos de refugiados e combate ao Estado Islâmico

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 24/12/2024, às 13h30

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Manifestantes protestam na Síria - Getty Images
Manifestantes protestam na Síria - Getty Images

A Síria vive um momento de grande instabilidade após a queda do governo de Bashar al-Assad. Nos últimos dias, o país tem sido palco de protestos, retornos de refugiados e confrontos armados, pintando um quadro complexo e incerto para o futuro.

Um dos episódios mais marcantes foi a queima de uma árvore de Natal em uma cidade de maioria cristã, o que desencadeou manifestações em Damasco e outras cidades. Cristãos temem por sua segurança e por sua liberdade religiosa após a ascensão ao poder de uma coalizão liderada por grupos islâmicos.

"Se não nos for permitido viver nossa fé cristã em nosso país, como costumávamos fazer, então não pertencemos mais a este lugar", disse um dos manifestantes à AFP.

A nova liderança síria, no entanto, tem tentado acalmar os ânimos. O líder de fato, Ahmed al-Sharaa, anunciou um acordo para unificar as facções rebeldes sob o Ministério da Defesa. Além disso, o movimento islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS) prometeu proteger as minorias e puniu aqueles que atacaram a árvore de Natal.

Refugiados

Enquanto isso, a Turquia, que abriga milhões de refugiados sírios, tem facilitado o retorno de parte dessa população para o país de origem. Segundo o 'The Guardian', a esperança é que a mudança de regime permita que muitos sírios retornem a suas casas.

"O número de pessoas retornando à Síria nos últimos 15 dias ultrapassou 25.000", disse o ministro interior da Turquia, Ali Yerlikaya, à agência oficial de notícias Anadolu.

No entanto, a situação ainda é frágil. O Estado Islâmico continua a ser uma ameaça, como demonstra o ataque aéreo norte-americano na província de Deir ez-Zor. Além disso, a diversidade de grupos armados e a disputa por poder podem gerar novos conflitos internos.