Homem de 62 anos de idade passou mais de três meses à deriva; nesse período, bebeu água da chuva e comeu até tartaruga para sobreviver
Um pescador foi resgatado com vida após passar 97 dias à deriva em alto-mar. Máximo Napa Castro, de 62 anos, partiu sozinho para pescar no dia 6 de dezembro, em Marcona, no sul do Peru, mas acabou sendo encontrado a mais de 1.500 km de onde havia iniciado a viagem. Sua história lembra o enredo do filme "As Aventuras de Pi", vencedor de quatro Oscars em 2013.
Máximo, um pescador experiente que já trabalhou em barcos estrangeiros na África do Sul e no Brasil, onde também morou, havia planejado passar cerca de um mês no mar. Porém, poucos dias após a partida, o motor da embarcação parou de funcionar, segundo relato de seu filho, Eder Napa, que também é pescador. Sem propulsão, o barco foi arrastado pela correnteza para longe da costa, e Máximo acabou perdendo o sinal de rádio, que alcançava apenas 30 milhas náuticas (cerca de 48 km).
“Acredito que a experiência dele o ajudou a sobreviver. Eu sempre disse à minha família que ele é uma raposa velha do mar, que iria lutar para sobreviver de várias formas, pescando, comendo aves. Nunca perdi a esperança. Lutamos e esgotamos todos os recursos”, afirmou Eder, de acordo com o portal de notícias UOL.
O último contato da família com Máximo se deu em 18 de dezembro. Depois disso, um boletim de desaparecimento foi registrado e a família pressionou as autoridades por buscas. O resgate só aconteceu em 12 de março, quando um barco equatoriano de pesca de atum encontrou a embarcação após receber informações de um helicóptero que monitorava cardumes. Foi o piloto da aeronave quem avistou o barco à deriva, a cerca de 680 milhas (1.094 km) da costa do Equador.
Durante os 97 dias à deriva, Máximo sobreviveu com água da chuva e peixes que conseguiu pescar. Segundo Eder, nos últimos dias antes do resgate, ele já não tinha mais o que comer ou beber. "Quando foi resgatado, já tinha dias que ele não comia, nem tinha mais água. Dois dias antes ele havia pescado uma tartaruga e tomado o sangue dela", contou.
Após o resgate, Máximo recebeu atendimento imediato no barco equatoriano, incluindo hidratação intravenosa, e fez uma chamada de vídeo para tranquilizar a família. A Marinha peruana enviou um navio para buscá-lo, e ele foi levado ao porto de Paita, no norte do Peru.