Escola da Austrália mantinha placa com pegadas em saguão, sem saber que eram um registro fóssil histórico; saiba mais!
Após 20 anos, paleontólogos analisaram uma placa de pedra com curiosas marcas de três dedos que ficava dentro de uma escola na zona rural de Queensland, na Austrália. Assim, descobriram que se tratava de pegadas fossilizadas de dinossauros.
Em um comunicado à imprensa, Anthony Romilio, especialista responsável pela primeira análise do material, relatou que a placa continha dezenas de pegadas que remetem há 200 milhões de anos, no início do período Jurássico. A placa se tornou uma das maiores concentrações de pegadas registradas no país.
"É um retrato sem precedentes da abundância, movimento e comportamento dos dinossauros, de uma época em que nenhum osso fossilizado de dinossauro foi encontrado na Austrália", aponta Romilio.
Registros significativos, como este, podem passar despercebidos por anos, mesmo à vista de todos".
A placa com a pegada foi desenterrada em 2001, descoberta por mineiros de carvão. Eles haviam percebido as pegadas nada convencionais na placa e decidiram doá-la para uma escola da pequena Biloela. O local exibia a placa em seu saguão.
Alguns professores acharam que as marcas na rocha eram réplica, não a coisa real", explica Romilio.
Mas as coisas passaram a mudar depois que pesquisadores começaram a procurar por fósseis de dinossauros descobertos na área. "Eles definitivamente sabiam que se tratava de uma pegada de dinossauro, mas não o seu nível de detalhes e sua importância como um registro fóssil histórico".
Com isso, os pesquisadores fizeram a avaliação da rocha e constataram 66 impressões que provavelmente foram deixadas por um dinossauro da espécie Anomoepus scambu. A espécie era um pequeno herbívoro, mas robusto, que andava com duas pernas. Seus pés tinham apenas três dedos, parecendo com as de uma galinha.
Com a análise das pegadas, os cientistas acreditam que o dinossauro tinha entre 20 e 76 centímetros de quadril e podia caminhar entre 2 a 6 km/h. Detalhes sobre as pegadas foram explicados em artigo publicado na última quarta-feira, 12, na revista científica Historical Biology.