O achado de 80 centímetros pode contribuir significativamente para a compreensão científica sobre a origem dos dinossauros
Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, descreveram uma nova espécie de réptil que habitava a Terra durante a Era Mesozoica, aproximadamente 237 milhões de anos atrás.
O fóssil, encontrado em Paraíso do Sul (RS), possui cerca de 80 centímetros de comprimento e pode contribuir significativamente para a compreensão científica sobre a origem dos dinossauros.
Essa nova espécie pertence ao grupo Proterochampsidae, que ocupa uma posição crucial na árvore evolutiva dos répteis; possível ancestral tanto de jacarés e crocodilos quanto de dinossauros.
Nomeada Retymaijychampsa beckerorum, a espécie foi descrita em um estudo publicado na revista científica Acta Palaeontologica Polonica. As características esqueléticas do fóssil sugerem que o réptil era quadrúpede e carnívoro. O nome do gênero combina palavras do grego e do guarani, significando “crocodilo de perna forte”, uma referência aos membros posteriores robustos do animal.
Os ossos resistentes das pernas indicam que a espécie possuía membros traseiros bastante desenvolvidos, provavelmente utilizados para impulsionar-se em investidas rápidas, facilitando emboscadas contra suas presas.
O terreno onde o fóssil foi descoberto pertence à família Becker, homenageada no nome da espécie e reconhecida pela doação de diversos fósseis à universidade.
Diante da frequência com que fósseis raros são encontrados na região, a UFSM mantém uma equipe de triagem e preparação de materiais escavados, que continua trabalhando no local. A expectativa é que novos achados sejam apresentados ainda este ano.