Datação por radiocarbono de amostras de carvão revelou que o sepultamento foi realizado há quase 30 mil anos, durante a pré-história
Na Tailândia, pesquisadores desenterraram o esqueleto humano mais antigo já encontrado no país, o que amplia o conhecimento sobre a ocupação humana no sudeste asiático.
Os restos de uma criança, apelidada de "Pangpond" em referência a um personagem de desenhos animados tailandeses, foram localizados a dois metros de profundidade na caverna Din, situada no Parque Nacional Khao Sam Roi Yot, a 125 metros acima do nível do mar.
A criança tinha entre seis e oito anos, e seus ossos foram enterrados de costas, rodeados por pedras e terra vermelha, o que pode simbolizar poder e sangue. A posição dos membros, com os pés tocando-se, sugere que o corpo foi envolto ou amarrado antes do enterro, evidenciando um possível ritual.
A datação por radiocarbono de amostras de carvão e conchas das camadas superiores da caverna revelou que o sepultamento foi realizado há mais de 29 mil anos, tornando essa descoberta uma das mais importantes da pré-história tailandesa.
“Esta é uma descoberta revolucionária que vai mudar nossa compreensão sobre a presença humana primitiva no Sudeste Asiático”, afirmou Phnombootra Chandrajoti, diretor-geral do Departamento de Belas Artes da Tailândia, durante entrevista coletiva, conforme repercutiram a PBS Thai e a Archaeology Magazine.
O local já era conhecido por sua arte rupestre, descoberta em 1996, e também possui um rico contexto cultural. Arqueólogos encontraram pinturas em ocre vermelho nas paredes e tetos da caverna, representando seres humanos, animais e formas abstratas.
O sepultamento cuidadoso e os artefatos encontrados fornecem informações valiosas sobre os rituais e o cotidiano desses habitantes antigos”, disse Chandrajoti na ocasião.
A descoberta dos restos humanos abaixo das camadas associadas ao final do Pleistoceno oferece evidências de como os humanos se adaptaram em um período em que os níveis do mar eram significativamente mais baixos, conectando grande parte do Sudeste Asiático por meio de uma massa de terra conhecida como Sundaland.
Este achado ressalta a importância da região nas migrações e na sobrevivência dos primeiros humanos. À medida que novas pesquisas forem realizadas, espera-se que ampliem ainda mais o entendimento sobre as civilizações antigas que habitaram a área.