Semelhante a campanhas de desarmamento bem-sucedidas no Brasil, o programa busca combater o alto índice de homicídios no México
O México anunciou nesta sexta-feira, 10, o lançamento de um programa nacional de desarmamento, liderado pela presidente Claudia Sheinbaum. A iniciativa incentiva a população a entregar armas de fogo de forma anônima em igrejas, recebendo em troca uma compensação financeira. Por uma arma artesanal, o governo pagará 1.045 pesos (cerca de R$ 300), enquanto o valor por uma metralhadora pode chegar a 26.450 pesos (aproximadamente R$ 8 mil).
Durante a cerimônia de lançamento, militares destruíram simbolicamente uma arma, marcando o início do programa, que será implementado em todo o país. A ação conta com a colaboração das igrejas e é coordenada pelos ministérios da Defesa, Governança (Interior) e Segurança Pública. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INEGI), em 2023, o México registrou 31.062 homicídios, 70% dos quais cometidos com armas de fogo.
De acordo com o portal UOL, a iniciativa mexicana segue exemplos de programas bem-sucedidos, como os realizados no Brasil. Entre 2004 e 2014, o Brasil recolheu 649.250 armas de fogo em três grandes campanhas de desarmamento. Na primeira campanha, realizada entre 2004 e 2005, mais de 400 mil armas foram entregues e destruídas pelo Exército. Os estados de São Paulo, Pernambuco e Rio Grande do Sul lideraram em número de armas devolvidas, sendo o revólver o tipo mais comum.
O sucesso das campanhas brasileiras levou à implementação de uma política pública permanente de entrega voluntária de armas, com 2.127 postos de recolhimento distribuídos pelo país. Dados recentes indicam que 80% dos homicídios no Brasil são cometidos com armas compradas legalmente, destacando a importância de programas de desarmamento para reduzir a violência.
+ Leia também: Primeiro enterro medieval conhecido de mulher com armas é descoberto na Hungria