Nathan Hochman, que julgará pedido de revisão de pena de Lyle e Erik Menendez, não assistiu produções da Netflix: 'Não me interessa'
Nathan Hochman, novo promotor público do Condado de Los Angeles, que está à frente da decisão da revisão ou não da pena dos Irmãos Menendez, disse que não assistiu à série da Netflix ('Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais') e tampouco ao documentário ('O Caso dos Irmãos Menendez'), que bombaram na plataforma de streaming no ano passado.
"Qualquer coisa que seja reencenada, que não seja baseada em fatos que sejam fatos graves, isso não me interessa", disse à People. "Qualquer coisa que obviamente recite fatos do caso, eu revisarei, provavelmente com os documentos de origem, em vez de ter um documentário me dizendo o que esses documentos dizem".
Em novembro do ano passado, Hochman foi eleito promotor público, derrotando George Gascón — então titular do cargo e que corroborava com a revisão de pena de Lyle e Erik. Desde sua vitória, Hochman disse que está "descobrindo" se as sentenças dos Irmãos Menendez — que cumprem pena perpétua sem possibilidade de liberdade condicional, pelos assassinatos de seus pais: José e Kitty Menendez, em 1989 — devem ser reduzidas.
Como você pode imaginar, a revisão que fizemos foi muito extensa e a analisamos diariamente", aponta.
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Entre as opções possíveis, Nathan Hochman pode optar por retirar a moção de uma nova sentença, movida por Gascón, que recomendou que os Irmãos Menendez fossem sentenciados a 50 anos de prisão ao invés de pena perpétua (o que poderia torná-los elegíveis para liberdade condicional imediata).
Além disso, ele também pode prosseguir com a moção de Gascón, mas, ao fim do processo, rejeitá-la ou modificá-la. "Esses estão todos dentro dos pontos de decisão que tenho", aponta.
Lyle tinha 21 anos e Erik tinha 18 quando atiraram fatalmente em seus pais usando espingardas calibre 12 no escritório de sua casa em Beverly Hills, Califórnia, em 20 de agosto de 1989. Segundo os irmãos, os crimes ocorreram devido aos anos de abuso sexual por parte de José e da indiferença de Kitty. Enquanto os promotores da época apontam a ganância e ganho financeiro como os motivadores para o crime brutal.
Em 1996, três anos depois do primeiro julgamento terminar sem um veredicto, eles foram condenados pelos assassinatos de primeiro grau e posteriormente sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional; num julgamento cercado de polêmicas.
No entanto, ao ser questionado se Lyle e Erik, que estão detidos na Richard J. Donovan Correctional Facility em San Diego, receberam um julgamento justo, Hochman respondeu: "O veredicto foi afirmado como um julgamento justo sob a lei por todos os juízes legais que o viram no sistema estadual e federal. Todos concluíram que o julgamento atendeu aos padrões constitucionais".
Hochman diz que passou "muito tempo" revisando as milhares de páginas de registros prisionais e transcrições de julgamentos dos dois julgamentos antes da audiência de nova sentença, que está marcada para 30 e 31 de janeiro. "Falei, até agora, com praticamente todos os promotores que estiveram envolvidos no caso. Falarei com a polícia. Falei com o advogado de defesa".
Nos últimos meses, Hochman também retirou os procuradores distritais adjuntos de Gascón que entraram com uma moção em outubro pedindo a um juiz que reduzisse as sentenças dos irmãos. "Quero um novo olhar para isso, para entender toda a gama de análises e não chegar com uma única visão".
Segundo ele, os advogados que agora estão revisando o caso "fizeram alguns dos julgamentos mais difíceis que o escritório teve em anos".
Eu estava procurando por advogados de julgamento realmente experientes, e eles são esses advogados, então estou trabalhando com eles de mãos dadas".
Por fim, Nathan Hochman disse que o tratamento dado por Gascón ao caso Menendez "lançou uma nuvem sobre se é ou não a moção justa a ser apresentada, ou se foi apenas uma manobra política".
"Meu objetivo ao conduzir esta revisão completa dos fatos e da lei é remover qualquer nuvem sobre a credibilidade da decisão final que eu tomar", finalizou.
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