Correspondências românticas escritas por Albert Einstein expõem um lado menos conhecido do físico que entrou para a História
O recente leilão de cartas na casa Christie's, em Londres, trouxe à tona aspectos intrigantes da vida íntima de Albert Einstein, o físico que revolucionou a ciência moderna.
O evento despertou o interesse não apenas por sua genialidade, mas também por suas complexas relações amorosas, incluindo seu casamento com Mileva Marić e o segundo matrimônio com Elsa Einstein, além de casos extraconjugais.
Einstein (1879-1955) se destacou no mundo científico. Em 1905, aos 26 anos, ele apresentou contribuições significativas, incluindo a teoria da relatividade restrita, que o catapultaram à fama mundial.
Treze anos depois, seria agraciado com o Prêmio Nobel de Física. A origem de sua inspiração e serenidade para alcançar tais feitos pode estar refletida nas cartas de amor que agora estão disponíveis para lances na casa de leilões Christie's, de Londres.
Historiador da ciência alemão Jürgen Renn é uma das autoridades que pode oferecer uma análise profunda desse material.
Renn atuou como coeditor dos "Collected Papers of Albert Einstein", publicados pela Princeton University Press entre 1986 e 1992, focando particularmente nas correspondências amorosas entre Einstein e Marić entre 1897 e 1903.
Segundo ele, as correspondências não apenas expressam declarações de amor, mas também revelam discussões científicas significativas.
Após se separar de Mileva Marić, Einstein mudou-se para Berlim onde encontrou abrigo com Elsa Löwenthal, sua prima em segundo grau. O casamento deles foi marcado por franquezas.
Em determinado momento, Deutsche Welle, Elsa até mesmo criticou a ausência de higiene pessoal do companheiro. Como resposta, o presentou com uma escova.
Se sou repulsivo demais para ti, então procura um amigo mais agradável aos gostos femininos. Eu, porém, preservo a minha indolência".
Apesar das imperfeições como parceiro romântico, Einstein parecia exercer um magnetismo irresistível sobre as mulheres ao seu redor.
Biógrafos apontam que os casos extraconjugais persistiram mesmo durante o casamento com Elsa, que durou até a morte dela, em 1936.
"A maior provação para o matrimônio eram os casos de Einstein", afirmou o biógrafo Armin Hermann no prefácio de uma introdução sobre as cartas de amor: "Einstein se sentia fortemente atraído por tudo o que é feminino."
Antes dela, Einstein foi casado com Mileva Marić. O casal se conheceu em 1896 no Instituto Politécnico de Zurique. Marić, que se destacou como a única mulher em sua turma e a primeira sérvia a estudar física, encantou o jovem Einstein com sua mente inquisitiva e atitudes progressistas. Juntos, eles formaram uma parceria onde amor e ciência coexistiam harmoniosamente.
"Querida Doxerl", escreveu o gênio por volta do ano de 1901, "eu gosto de ti, minha doce garota [...] Como foi lindo a última vez em que pude apertar contra mim tua amada pessoinha, como a natureza manda; recebe meu beijo mais carinhoso, alma querida!"