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Brasileira perde guarda de filho de 4 anos na Dinamarca

Raquel Bezerra do Vale, de 35 anos, perdeu a guarda do filho, fruto de relacionamento com dinamarquês que acusa de violência doméstica; entenda!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 20/03/2025, às 08h23

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Raquel Bezerra do Vale com o filho - Arquivo Pessoal
Raquel Bezerra do Vale com o filho - Arquivo Pessoal

Brasileira que já vive há quase 5 anos na Dinamarca, Raquel Bezerra do Vale, de 35 anos, recentemente perdeu a guarda do filho de 4 anos no país nórdico. O garoto é fruto do relacionamento com o ex-marido, o dinamarquês Rasmus Grarup Nielsen, quem ela acusa de cometer violência doméstica e abuso sexual.

Raquel e Rasmus se conheceram ainda no Brasil, e por aqui começaram um relacionamento. Eles namoraram durante um ano e, em 2020, se casaram na Dinamarca. No início, conforme ela relata ao portal Universa, do UOL, ele parecia um homem doce, mas eventualmente mostrou-se ciumento e controlador.

Após o nascimento do filho, em maio de 2020, a relação mudou, e ela pediu o divórcio; mas Rasmus não aceitou o fim do relacionamento. Raquel também conta que, antes de se separarem, o homem lhe dizia que faria todos pensarem que ela era "louca", que tomaria o filho dela e que ainda faria com que fosse expulsa do país.

Nesse contexto, Rasmus acusou Raquel de que ela era uma mãe ruim e que fazia uso de drogas; o que a brasileira nega, e afirma que o dinamarquês é quem é viciado em anfetaminas. "Sofri todos os tipos de abusos: físico, psicológico e sexual. Quando nos separamos, exigia sexo para que eu pudesse ver meu filho. Disse que não pararia com tudo aquilo até me matar", disse ela ao Universa.

Após pedir o divórcio, vale mencionar, Raquel foi morar em um abrigo da prefeitura e, eventualmente, foi encaminhada a uma Casa de Família, uma instituição para onde imigrantes são enviados para aprender a cultura do país e também para que possam ser avaliados. Lá, ela mostrou bom comportamento, desmentindo a história contada pelo ex-marido, e com o tempo conseguiu alugar um apartamento e se estabelecer em um novo endereço.

Porém, em março de 2024, tudo mudou depois que Rasmus, em uma das visitas, sequestrou o filho, e o manteve em algum local desconhecido por seis meses. Foi só em novembro que as autoridades conseguiram descobrir o paradeiro, e resgataram a criança.

Durante processos judiciais, Raquel disse que o ex-marido ameaçou matá-la mais de uma vez, e, temendo pela própria segurança e de seu filho, deixou o apartamento em que vivia, e se mudou para outros dois abrigos em questão de poucos meses. As mudanças, por sua vez, acabaram sendo usadas contra ela no processo de guarda da criança.

Disputa pelo filho

No início deste mês de março, uma primeira audiência chegou a conceder a guarda da criança a Rasmus; e após uma segunda audiência, o garoto foi encaminhado a uma família escolhida pela Justiça da Dinamarca. Agora, a brasileira busca recorrer da decisão, alegando que sempre foi boa mãe — e que comprovou isso ao viver supervisionada por famílias dinamarquesas, além de ser aprovada em todos os testes impostos pelas autoridades.

Porém, a prefeitura da cidade onde Raquel mora, Høje-Taastrup, apontou que o fato de ela não possuir endereço fixo na Dinamarca, "tendo se mudado várias vezes", era um fator decisivo para ela não ter a guarda do filho. Porém, ela reitera que as mudanças só ocorreram devido às ameaças que sofreu do ex-marido — que agora está preso, por ameaçar servidores públicos.

Meu filho e eu estamos sendo injustiçados. Estamos sendo tratados de forma desumana. [...] Estou destruída. É muito triste", disse Raquel ao Universa.

Agora, a brasileira tenta pedir ajuda a autoridades brasileiras para recuperar a guarda do filho através do Pró-Vítima, o Instituto Brasileiro de Atenção e Proteção Integral às Vítimas. O Ministério da Mulher, o de Relações Exteriores e o da Igualdade Racial alegam estar acompanhando o caso, a fim de avaliar as "possibilidades de ações conjuntas a partir das competências de cada órgão", e o caso segue em andamento.