Diante de uma trajetória conturbada, o cantor teve um trágico fim aos 23 anos de idade
Victória Gearini Publicado em 25/05/2020, às 15h43 - Atualizado em 12/01/2022, às 13h15
Ian Curtis foi o co-fundador e vocalista da banda Joy Division, sendo considerado um gênio do rock, por retratar de forma profunda as tristezas e conflitos internos que afligem a vida humana. Embora promissor, o cantor de origem britânica lutou a vida inteira contra uma profunda depressão.
Provindo de uma família de classe média, Curtis nasceu no dia 15 de julho de 1956, em Macclesfield, Cheshire. Desde muito cedo já se interessava pela filosofia, literatura e música, sendo um grande admirador do poeta Thom Gunn.
Na adolescência passou a dedicar-se a trabalhos sociais com idosos, no entanto, costumava roubar medicamentos de asilos, para ingerir com os amigos. Aos 12 anos, começou a se interessar pela música, mas como quase nunca tinha dinheiro para comprar discos, Curtis optava em furtá-los, até que conseguiu um emprego em uma loja de instrumentos musicais.
Em 1975, aos 19 anos Curtis se casou com Deborah Woodruff, um ano mais nova, com quem teve uma filha chamada Natalie, em 1979. O casal se conheceu ainda na época do colégio e engataram um relacionamento em 1972, aos 16 anos.
De acordo com Deborah em entrevista ao The Guardian em 2005, Curtis, de maneira controladora, não permitia que ela tivesse contato com outros homens. Ele também a traiu, ainda, com a jornalista e produtora musical belga Annik Honoré. Segundo o colega de banda Bernard Sumner, em certa ocasião, Curtis pediu para que o amigo decidisse se ele deveria manter o casamento ou ficar com a amante. Sumner, por sua vez, se negou a tomar esta decisão.
Conforme o relacionamento entre Curtis e Honoré avançava, o músico passou a ter atitudes diferentes. Segundo os colegas de banda, o vocalista andava distante deles, além disso havia se tornado vegetariano a mando da amante. No entanto, durante uma entrevista realizada em 2010, Honoré afirmou que a relação entre eles não passava de uma paixão platônica.
Desde a adolescência, Ian Curtis lutava contra uma grave depressão, além de constantemente sofrer com ataques epiléticos. Com a saúde fragilizada, o cantor se viciou em remédios, se tornando cada vez mais dependente destas substâncias.
Pouco antes de sua morte, a mídia havia divulgado o seu caso extraconjugal com Annik Honoré, o que levou ao divórcio com Woodruff. A polêmica afetou, ainda, a sua vida profissional, o levando a perder inúmeros contratos e shows. Frustrado com a situação, Curtis ingeriu uma alta dose de medicamentos e teve uma overdose, mas sobreviveu ao ocorrido.
No entanto, na manhã do dia 18 de maio de 1980 — um mês após a sua primeira tentativa — Curtis tirou a sua própria vida, enquanto escutava o disco The Idiot, primeiro lançamento do cantor norte-americano Iggy Pop. Segundo a perícia, o músico desejava morrer jovem, fator atrelado a sua depressão. Aos 23 anos, Ian Curtis foi cremado e suas cinzas enterradas no Cemitério de Macclesfield.
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