Carlos Marighella - Creative Commons
Brasil

Minimanual do Guerrilheiro Urbano orienta sobre táticas de combate para comunistas

Criado por Carlos Marighella, em 1969, o manual dizia como atacar o regime militar brasileiro, os grandes capitalistas e os imperialistas norte-americanos

Victória Gearini Publicado em 05/12/2019, às 20h00

Publicado em junho de 1969, o Minimanual do Guerrilheiro Urbano, de Carlos Marighella, foi uma das obras mais polêmicas já divulgadas do escritor. O objetivo do manual era orientar os movimentos revolucionários comunistas que utilizavam táticas de guerrilha em seus combates.

Conhecido por ser oposição da ditadura Vargas e militar, Marighella é considerado por muitos como um dos maiores precursores do comunismo no Brasil. Para orientar outros militantes a lutarem contra as opressões do governo, o guerrilheiro escreveu um manual de guerrilha.

Na época, diferentes versões circularam pela mídia, entre elas a mimeografada e a fotocopiada, impossibilitando dizer qual seria a original. Em geral, Marighella detalhou táticas de guerrilha urbana, a fim de combater os governos da época. Devido ao sucesso, a obra foi publicada em diversos países e traduzida para várias línguas.

“Outro ponto importante é não somente ler este manual aqui e agora, mas difundir seu conteúdo. Esta circulação será possível se aqueles que concordam com estas ideias façam cópias mimeografadas ou folhetos impressos, (sendo que neste último caso, a própria luta armada será necessária)”, trecho retirado da introdução do Minimanual do Guerrilheiro Urbano, escrito por Carlos Marighella.

Crédito: Wikimedia Commons

 

Dentre os diversos mandamentos, a obra deixa bem claro que era necessário manter oposição ao governo dos Estados Unidos, e atacar o regime militar brasileiro, os grandes capitalistas e os imperialistas norte-americanos.

“O trabalho principal do guerrilheiro urbano é de distrair, cansar e desmoralizar os militares, a ditadura militar e as forças repressivas, como também atacar e destruir as riquezas dos norte-americanos, os gerentes estrangeiros, e a alta classe brasileira”, trecho retirado do material mimeografado de 1970.

Para Marighella, um guerrilheiro urbano não poderia temer ou destruir o sistema econômico, político e social. Além disso, deveria ter como meta ajudar o guerrilheiro rural e colaborar para a criação de uma estrutura social que visasse atingir as massas.

Na década de 80, a CIA (Central Intelligence Agency), dos Estados Unidos traduziu o manual para o inglês e espanhol, para servir como material didático em escolas e serviços de inteligência. O objetivo da organização era compreender e combater os movimentos sociais e militância armada anti-governista.


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