Indicado ao Oscar, Zona de Interesse mostra a frieza na rotina de uma família que mora ao lado campo de concentração de Auschwitz
Thiago Lincolins Publicado em 15/02/2024, às 11h28
Indicado em cinco categorias do Oscar, incluindo 'melhor filme', Zona de Interesse chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 15. No filme, o espectador confere a frieza que marca a rotina de uma família que vive ao lado do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.
A família em questão é a de Rudolf Hoss, que comandou o campo de concentração no qual milhões de minorias foram exterminadas pelos nazistas durante a Segunda Guerra.
No filme, os judeus são gaseificados e transformados em cinzas, enquanto a família do nazista vivia um dia ensolarado na piscina do outro lado do muro.
Dirigido por Jonathan Glazer, o filme também mostra como a personagem Hedwig (Sandra Hüller) não economiza esforços para manter a vida de privilégios enquanto milhões são executados a sangue-frio.
O longa de Glazer compreende uma adaptação da obra 'A Zona de Interesse' (Companhia das Letras), escrita pelo britânico Martin Amis. O livro acaba por imaginar a vida pública e íntima dos oficiais que comandaram os campos de concentração.
No campo de extermínio, a zona de interesse ('interessengebiet') era o local no qual as vítimas eram selecionadas ao chegar em Auschwitz. Assim, era determinado quais judeus seriam enviados para o trabalho forçado e quais deles seriam executados nas cruéis câmaras de gás nazistas.
A convite da StandWithUs Brasil, o site Aventuras na História assistiu ao filme na pré-estreia. Sem sensacionalismo, a produção devasta o público com os menores detalhes, como o momento em que a personagem Hedwig se apropria de um casaco de pele que pertenceu a uma vítima dos nazistas.
Sem focar nas expressões dos personagens, o filme retrata a frieza de pessoas que presenciaram, todos os dias, milhões de mortes de inocentes.
"Tratava-se de criar uma arena", explicou Glazer sobre o processo de produção intenso na construção e filmagens em locações na Polônia.
Ao mesmo tempo, o longa também contou com câmeras de vigilância para registrar múltiplas sequências encenadas simultaneamente no mesmo local, explica o material de divulgação fornecido pela Diamond Films.
"A frase que eu sempre usava era 'Big Brother na casa nazista'", diz o cineasta. "Claro, mas era mais como a sensação de 'vamos observar as pessoas no seu dia a dia'. Eu queria capturar o contraste entre alguém servindo uma xícara de café na cozinha e alguém sendo assassinado do outro lado da parede. A coexistência desses dois extremos", disse ele.
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