Descoberta em 1984, pouco se sabe sobre sua vida ou identidade. A úncia certeza é que o homem morreu de forma agressiva e violenta
Pamela Malva Publicado em 07/02/2020, às 08h00
Em agosto de 1984, Andy Mould estava apanhando turfa — um tipo de terra de origem vegetal — em um pântano quando fez uma das descobertas mais importantes daquela época. Acompanhado de Eddie Slack, o trabalhador se deparou com um pé humano.
Assustados, chamaram a polícia. Em pouco tempo, escavações começaram no pântano de Lindow Moss, no noroeste da Inglaterra, para encontrar mais partes da múmia que ficou conhecida como O Homem de Lindow, Lindow II ou Pete Marsh.
Em um ótimo estado de preservação — um dos melhores encontrados no Reino Unido — a múmia era de um homem com pouco mais de 20 anos de idade quando morreu. Ele era saudável, de classe alta, não realizava trabalhos pesados e apresentava barba, bigode e cabelos castanhos.
Seu corpo foi mumificado naturalmente no pântano e, por enquanto, não se sabe ao certo o período histórico no qual ele viveu. Arqueólogos, no entanto, imaginam que ele tenha vivido entre 2 a.C. e 119 d.C. — na Idade do Bronze ou no período romano-britânico.
Graças à composição dos pântanos, no entanto, não é possível extrair DNA do Homem de Lindow, nem determinar sua identidade. Não se sabe, tampouco, o motivo de sua morte, apenas que ela foi violenta.
Segundo as análises feitas, o jovem foi estrangulado, levou uma pancada na cabeça com uma arma cega e, em seguida, teve sua garganta amarrada com um garrote. Por esses motivos, inclusive, arqueólogos imaginam que sua morte tenha feito parte de um ritual.
Alguns inchaços encontrados na cabeça do cadáver indicam que o Homem de Lindow sobreviveu à pancada e, depois, o material usado no garrote cortou sua garganta. Ele ainda continha grandes quantidades de cobre na sua pele, sugerindo que ele possa ter sido pintado com um pigmento à base do metal — outro indício de um ritual.
Conhecido como uma das descobertas arqueológicas mais significativas dos anos 1980, a múmia do Homem de Lindow tem disso mantida por liofilização. O corpo está em exposição permanente no Museu Britânico.
Além dele, outros restos mortais foram descobertos na mesma área. Um ano antes, a Mulher de Lindow foi encontrada — também por Andy — e recebeu o apelido de Lindow I.
Um ano mais tarde, logo depois do Homem de Lindow, foram encontrados um corpo sem cabeça (Lindow III) e a coxa de um homem adulto (Lindow IV). A proximidade entre as descobertas sugerem que, provavelmente, a coxa descoberta seja do Homem de Lindow.
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