Imagem de Emanuela Orlandi para a divulgação da série 'A garota desaparecida do Vaticano' - Reprodução / Vídeo / Netflix
Emanuela Orlandi

Virou série da Netflix: O mistério de Emanuela Orlandi, a garota desaparecida do Vaticano

Em um caso que ainda choca os italianos, Emanuela Orlandi desapareceu misteriosamente em 1983

Redação Publicado em 20/10/2022, às 11h26

Em nova série intitulada "A garota desaparecida do Vaticano", a Netflix aborda o misterioso caso de Emanuela Orlandi, uma garota de 15 anos que em 22 de junho de 1983 desapareceu em Roma. 

A minissérie que estreia hoje conta a história do enigmático caso que acarretou em diversas teorias obscuras sobre o desaparecimento da menina que hoje teria 53 anos. A filha de um funcionário da cidade-Estado do Vaticano, voltava para casa depois de sua aula de flauta. No entanto, depois de vista pela última vez em um ponto de ônibus no Centro de Roma, a família nunca mais a encontrou.

O caso assombra os italianos há décadas e os familiares da garota precisaram lidar com diversos rumores e pistas sobre o caso: "Muitas pessoas me disseram: esqueça, aproveite a sua vida e não pense mais nisso", disse seu irmão mais velho, Pietro, à BBC em 2019.

Mas eu não posso. Eu não posso ficar em paz até que isso seja resolvido".

Entre as principais especulações estavam as de que a adolescente teria sido sequestrada e assassinada por terroristas. No entanto, pelo cargo de seu pai, a principal suposição era a de que o desaparecimento de Emanuela estaria ligado ao Vaticano.

Lembranças

Como noticiado pela BBC News Brasil, Pietro se recusa a acreditar na suposição da morte de sua irmã.

"Éramos muito próximos. A gente amava música. Ela estava tentando me ensinar uma peça de Chopin. A gente só tinha visto duas páginas quando ela desapareceu. Espero que um dia ela volte para me ensinar o resto."

Antes da abertura das tumbas no Vaticano, ele revelou à BBC em 2019 sua última lembrança de Emanuela.

A última vez que a vi não é exatamente uma bela lembrança", explica ele. "Tivemos uma briga porque ela tinha uma aula de música. Estava muito quente, eu me recusei a ir com ela porque eu tinha outras coisas para fazer. Ela bateu a porta e saiu, e essa é a última vez que nos vimos."

Hoje ele se questiona sobre os outros rumos que a história poderia ter tomado: "Eu sempre penso: o que teria acontecido se eu tivesse ido com ela?"

O mistério dos túmulos

Diante do caso, a família resolveu pedir ajuda diretamente ao Vaticano, mas isso não foi fácil. Pietro conheceu o Papa em 2013, mas também não obteve respostas.

"Para eles, o caso estava encerrado", diz Pietro. "Com o papa Francisco, o muro ficou mais alto. Eu o conheci poucos dias depois de ele ser eleito e ele me disse: 'Emanuela está no céu'".

"Eu pensei: 'Bem, o papa Francisco sabe de alguma coisa'. Então eu preenchi todos os tipos de pedidos para encontrá-lo novamente, para obter uma explicação. Mas ele nunca mais quis me ver novamente."

Anos após o ocorrido, em 2019, a família da menina recebeu uma carta anônima, na qual, havia uma foto de um anjo sobre a lápide dedicada à princesa Sofia no cemitério Teutônico do Vaticano, com os seguintes escritos: "Busquem onde indica o anjo".

Imagem do anjo no cemitério Teutônico do Vaticano / Reprodução / Vídeo

 

A família precisou fazer uma petição para a abertura do túmulo no cemitério Teutônico, que foi aceita pelo tribunal estatal da Cidade do Vaticano. A área fica localizada onde ficava o circo nos tempos do imperador Nero, escondida atrás dos altos muros à sombra da Basílica de São Pedro. 

As sepulturas dos túmulos eram de duas nobres alemãs, princesa Sofia von Hohenlohe e princesa Carlota Federica, de Mecklenburg, que morreram em 1836 e 1840, respectivamente.

Após a busca, descobriu-se que os túmulos, na realidade, estavam vazios. O episódio  surpreendeu também a polícia, já que, nos túmulos, não estavam nem mesmo os restos mortais das mulheres supostamente enterradas ali. 

Imagem da abertura de túmulo no no cemitério Teutônico do Vaticano / Reprodução / Vídeo
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