Imagens divulgadas recentemente reacendem debate sobre possível cumplicidade da Arábia Saudita nos ataques de 2001
Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 21/06/2024, às 19h41
Um vídeo divulgado recentemente revive os traumas do 11 de setembro, data que marcou ataques terroristas nos Estados Unidos.
A gravação mostra Omar al-Bayoumi, identificado pelo FBI como um agente da inteligência saudita, filmando locais estratégicos no centro de Washington três meses antes dos ataques de 11 de setembro, informa o The Washington Post.
As imagens, feitas no verão de 1999, foram reveladas numa ação judicial movida pelas famílias das vítimas do 11 de setembro, que alegam cumplicidade do governo saudita no evento, uma acusação que os governantes da Arábia Saudita negam.
Obtido pela CBS e exibido no programa "60 Minutes", o vídeo apresenta comentários de al-Bayoumi sobre diferentes pontos da cidade, incluindo o Monumento de Washington e as disposições de segurança do Capitólio dos EUA.
Em certo momento, ele cita um “plano”. Acredita-se que o Capitólio era um dos alvos dos sequestradores antes de o avião cair na Pensilvânia, após os passageiros dominarem os terroristas.
As autoridades sauditas têm negado veementemente qualquer envolvimento ou apoio aos ataques de 11 de setembro. Os advogados do governo saudita solicitaram o arquivamento do caso movido por famílias das vítimas.
Inicialmente, o vídeo foi encontrado por investigadores britânicos no apartamento de Omar, dias após os ataques de 2001. Ele, então estudante de doutorado na Aston University, em Birmingham, também tinha contava com uma agenda de endereços com contatos de funcionários do governo saudita. A Scotland Yard entregou a filmagem ao FBI.
Embora a Arábia Saudita negue que al-Bayoumi fosse seu agente, ele é alvo de especulações devido às suas ligações com dois dos sequestradores do 11 de setembro, Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar.
Um relatório do FBI, desclassificado em 2022, sugeriu uma “chance de 50/50” de que al-Bayoumi soubesse dos ataques com antecedência devido ao seu relacionamento com os sequestradores.
Outro relatório, desclassificado no ano anterior, indicava que ele prestou ajuda significativa a Hazmi e Mihdhar após sua chegada aos EUA e se comunicou com um facilitador logístico de Osama bin Laden sempre que os ajudou.
O vídeo começa com al-Bayoumi falando em árabe: "Ó amados e estimados irmãos, uma saudação de Omar al-Bayoumi", e continua: "Saudamos vocês, estimados irmãos, e damos as boas-vindas a vocês de Washington – Washington, a capital americana".
Ele detalha pontos turísticos e de segurança da cidade, incluindo a proximidade do aeroporto e carros do lado de fora de um prédio não identificado, mencionando "os carros deles, você disse isso no plano".
Segundo o 'The Guardian', o saudita estava acompanhado por dois diplomatas sauditas durante a gravação, ambos com supostas ligações com a Al Qaeda. O governo saudita se recusou a comentar sobre o conteúdo do relatório ao "60 Minutes".
O relatório oficial da Comissão do 11 de Setembro, publicado em 2004, afirmava não haver evidências credíveis de que o homem acreditasse no extremismo violento ou ajudasse grupos extremistas conscientemente. Além disso, Khalid Sheikh Mohammed, suspeito de ser o mentor dos ataques, negou conhecer al-Bayoumi durante os interrogatórios.
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