O transatlântico de origem britânica foi afundado há 106 anos, pouco tempo após o mais famoso naufrágio da História
Victória Gearini Publicado em 26/08/2020, às 08h33 - Atualizado em 07/05/2021, às 06h00
O RMS Lusitania foi um transatlântico britânico que naufragou em 7 de maio de 1915 — três anos após o Titanic — em decorrência de um ataque feito por um submarino alemão. O fatídico episódio matou cerca de 1.198 passageiros e tripulantes, sendo crucial na construção do apoio de guerra.
Projetado por Leonard Peskett e construído por John Brown and Company de Clydebank, o nome Lusitânia foi dado em homenagem a uma antiga província romana no oeste da Península Ibérica — atual sul de Portugal e Extremadura, na Espanha. Entretanto, um fato curioso é que o nome do navio já havia sido utilizado por outra embarcação, que coincidentemente, em 1901, havia naufragado.
Considerado inovador para época, o RMS Lusitania possuia um design altamente equipado e grandioso, abrigando uma sala de jantar de primeira classe, quartos para fumantes, e um belíssimo salão de música. Além disso, em seu interior, era possível desfrutar de uma sala de leitura e escrita.
Uma de suas maiores invenções foi um forro da Cunard, que durante o calor podia ser aberto, proporcionando aos passageiros a sensação de estarem sentados ao ar livre. Entretanto, como nem tudo é perfeito, o RMS Lusitania teve um trágico fim.
No dia 7 de maio de 1915, os passageiros do RMS Lusitania não esperavam que aquele dia seria o último de suas vidas. Programado para atracar no Prince's Landing Stage no final daquela tarde, o transatlântico se preparava para concluir o fim de sua travessia, com 1.266 passageiros a bordo e 696 tripulantes.
Tudo parecia normal, até que às 14h10, o transatlântico cruzou na frente do U-20. Não se sabe ao certo o que aconteceu, mas há teorias que falam que a alta velocidade da embarcação teria provocado o acidente, enquanto outras afirmam que a interseção do submarino alemão com o transatlântico foi apenas uma coincidência. Entretanto, existem discrepâncias quanto à velocidade do RMS Lusitania.
Sabe-se que Walther Schwieger, o oficial comandante do submarino alemão, ordenou que disparassem ao redor, o que teria atingido a embarcação, sendo este um dos possíveis motivos do naufrágio.
Desesperados com a situação, os membros da tripulação lutaram para lançarem botes salva-vidas. No entanto, devido à inclinação do navio, a tarefa foi dificultada e apenas seis dos 48 botes foram lançados ao mar.
Cerca de 18 minutos depois de ser atingido, o navio naufragou e dos 1.962 passageiros e tripulantes a bordo, e 1.198 pessoas perderam a vida neste trágico acidente. Assim como no Titanic — ocorrido três anos antes — a maioria das vítimas da tragédia do Lusitania morreram afogadas ou de hipotermia.
Embora estivessem em uma situação difícil e em busca da sobrevivência, nas primeiras horas após o naufrágio, há relatos de atos de heroísmo entre os sobreviventes e as equipes de resgate irlandeses.
Na manhã seguinte após o trágico episódio, a notícia se alastrou ao redor do mundo, causando inúmeros protestos em diversos países, especialmente na Grã-Bretanha e em todo o Império Britânico, bem como nos Estados Unidos.
Para piorar a situação, Bernhard Dernburg, o porta-voz alemão e ex-secretário colonial alemão, disse na época que o RMS Lusitania "transportava contrabando de guerra" e por isso teria merecido ser destruído, independentemente dos civis a bordo. Dernburg declarou, ainda, que a Alemanha não iria assumir a responsabilidade pelas mortes dos passageiros e tripulantes estadunidenses.
Listado como um navio de guerra auxiliar, o RMS Lusitania transportava cerca de 4.200.000 rodadas de cartuchos de espingarda, 1.250 casos concha vazia e 18 casos de não explosivos espoletas, que foram divulgados no dia seguinte pelo The New York Times. Entretanto, na época, a companhia negou as acusações, mas assumiu a responsabilidade de transportar armas de pequeno porte.
Descoberto em 1935, o naufrágio do Lusitania está localizado ao sul do farol de Kinsale, e em 1982 vários itens foram recuperados do fundo do mar. Estudos recentes mostraram, ainda, que Lusitania se deteriorou muito mais rápido do que o Titanic e é extremamente instável, o que pode levá-lo a desabar completamente a qualquer momento.
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