Talvez, se Henry Tandey tivesse atirado, nunca veríamos a ascensão do terrível ditador nazista
Joseane Pereira Publicado em 21/01/2020, às 13h24 - Atualizado em 12/11/2021, às 09h00
No dia 28 de setembro de 1918, Henry Tandey, o soldado britânico mais condecorado da Primeira Guerra Mundial, esteve prestes a matar o jovem Adolf Hitler. Essa ocasião inusitada, narrada posteriormente pelo próprio ditador, poderia ter levado a História do século 20 a rumos um pouco diferentes.
Enquanto estavam combatendo no povoado de Marcoing, no front francês, os alemães acabaram recuando, pressionados pelo avanço britânico. Adolf Hitler ficou para trás, mancando e incapaz de se defender. Foi aí que ele se deparou com o soldado Tandey e sua arma.
“Por um instante, eles se olharam. O alemão, que era cabo, não levantou a arma. Ficou em pé, esperando a morte inevitável. Tandey levantou o rifle e apontou para matá-lo. Mas baixou a arma. Não podia atirar em um homem ferido. O cabo alemão, que tinha 29 anos, moveu a cabeça em sinal de agradecimento e se juntou às tropas que batiam em retirada”, afirma o jornalista Santiago Farrell em sua obra Tudo O Que Você Precisa Saber Sobre a Primeira Guerra Mundial.
Mais tarde, Hitler afirmou ter descoberto a identidade de seu salvador em uma pintura do artista italiano Fortunino Matania. "Aquele homem chegou tão perto de me matar que pensei que nunca mais voltaria a ver a Alemanha", disse ele posteriormente. "A providência me salvou de um fogo diabólico e preciso, quando aqueles meninos ingleses estavam mirando em nós".
Entretanto, existem controvérsias sobre essa história. Segundo o Dr. David Johnson, que escreveu uma biografia sobre Tandey, Hitler teria inventado essa história para propagar ainda mais seus mitos de vitória e resistência. "Com sua autopercepção divina, a história foi acrescentada ao seu próprio mito - de que ele havia sido poupado de algo maior, de que de alguma forma foi escolhido", afirma Johnson.
O próprio Tandey, quando discutia esse evento, tomava muito cuidado com suas palavras. Embora reconhecesse ter poupado a vida de muitos inimigos, ele não se lembrava das feições de Hitler.
Entretanto, a questão que fica é: se o futuro Fuhrer tivesse morrido, a história do século 20 seria tão diferente assim? Enquanto uns, como o advogado de Hitler, Hans Frank, afirmaram que sem ele a Segunda Guerra sequer teria existido, outros relativizam o mito de que a história é feita por personagens. Os acontecimentos históricos, na verdade, ocorreriam dentro de um tempo específico que é transformado pelas pessoas, mas que também as transforma.
Então, é muito provável que, caso Hitler tivesse morrido em campo, outro soldado alemão frustrado teria se tornado um terrível ditador — e arrastado multidões com ele.
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