Senna: O outro filme sobre o piloto que também excluiu ex-namorada

Destaque no catálogo da plataforma de streaming Netflix, 'Senna' se destaca entre brasileiros que acompanharam as vitórias e derrotas daquele que se tornou um dos maiores nomes da Fórmula 1. 

Além de retratar a vida do piloto nas pistas, a produção de seis episódios também se dedica à vida íntima de Ayrton, marcada por intensas relações familiares e relacionamentos com nomes famosos.

"De prodígio a herói da Fórmula 1, Ayrton Senna era conhecido por sua postura contra injustiça no esporte. Mas o que realmente fez dele uma lenda?", resume a sinopse da série.

Logo após o lançamento, uma polêmica ofuscou a série. Adriane Galisteu, última namorada de Senna, foi interpretada pela atriz Julia Foti, entretanto, teve menos de dois minutos de tela nos episódios. Por outro lado, Xuxa Meneghel, também namorada de Ayrton, teve um episódio inteiro dedicado ao relacionamento com o piloto.

A polêmica com Galisteu

Em vídeo divulgado nas redes sociais, a apresentadora se manifestou após a repercussão sobre a série da Netflix. Galisteu destacou que essa história 'também me pertence'.

"A gente tem que falar dessa história, a gente não pode nunca deixar essa história passar ou morrer. Mas vocês sabem também que eu nunca escondi que a história do Ayrton é muito maior que meu relacionamento com ele, meu relacionamento com ele foi o último ano e meio de vida dele. Porém, foi ao meu lado e essa história também me pertence. E também foi uma história vivida intensamente, cheia de amor, cheia de diversão, um Ayrton completamente diferente de tudo aquilo que vocês já viram", explicou a artista.

No entanto, se engana quem acredita que Galisteu é a única a ter a história desmerecida em uma produção sobre a trajetória do piloto. Em 2010, Lilian Vasconcellos, única esposa de Senna, lamentou ter sido ignorada no documentário "Senna: O Brasileiro, O Herói, O Campeão".

"Me incomodou. Vou dizer que me incomodou bastante. Eu acho também que eu deveria ter sido consultada, tá? Não tirando a importância de ninguém que esteve no filme. Pelo contrário, acho que Adriane Galisteu [apresentadora] teve muita importância, a Xuxa [apresentadora] também, mas a única pessoa com quem ele se casou foi comigo, que fui Lilian Senna da Silva", explicou a ex-esposa de Ayrton ao G1 na época.

Falta de consideração

Lilian reconheceu que o foco do documentário não era a vida íntima do ex-companheiro, no entanto, destacou que outras companheiras do piloto foram mencionadas.

"Eu acho que eu fui uma pessoa importante. Que pelo menos citassem o meu nome, me procurassem para saber se eu queria que citassem meu nome. Eu sei que não é um filme para falar da parte sentimental de um ídolo mundial, mas se falaram das outras, se colocaram até fotos de pessoas que eu não reconheço em barco. Por que não a mim?", disse ela.

Quando questionada, Lilian também disse que acreditar que Viviane Senna, ex-cunhada, teria sido a responsável pela exclusão em questão.

"Eu não questiono os produtores porque eu acho que a Viviane [Senna, irmã de Ayrton e presidente do Instituto Ayrton Senna], eu não sei por qual motivo, ela não quis me colocar [no filme]. Pode ser até que ela quis me proteger. Eu até acredito nisso. Prefiro acreditar nisso, que ela quis me poupar. Mas eu acho que eu poderia ter sido consultada, ta? Ou então não pusesse ninguém. Porque acho o seguinte, que fui uma pessoa que começou com ele. Eu impulsionei a coisa. Eu acho que o incentivei na carreira", desabafou Lilian ao veículo.

Do diretor Asif Kapadia, o documentário lançado em 2010 é o mais famoso sobre Senna. Disponível na Netflix, a produção explora sua intensa rivalidade com o piloto Alain Prost e também com nomes da Federação Internacional de Automobilismo (FIA).