Nascido homem livre, Solomon Northup foi sequestrado e vendido como escravo
Daniela Bazi Publicado em 21/05/2020, às 10h28 - Atualizado em 04/01/2023, às 09h43
Filho de um escravo liberto, Solomon Northup nasceu um homem livre, em 10 de julho de 1808, em Nova York. Após ser sequestrado e vendido como escravo, em 1841, Northup viveu 12 anos trabalhando em uma fazenda de algodão em Luisiana.
Northup só recuperou sua liberdade em 4 de janeiro de 1853, há exatos 170 anos. Suas memórias foram reunidas no livro 'Doze Anos de Escravidão', escrito em 1853 e adaptado para o cinema em 2013 — com o mesmo nome.
Seu pai, Mintus, nasceu escravizado na cidade onde hoje é Minerva, em Nova York, mas foi liberto após a morte de seu senhor; quando adquiriu sua própria fazenda e terras — era o suficiente para lhe dar o direito de voto.
Quando criança, Salomon trabalhou por um tempo na fazenda da família até se mudarem para Saratoga Springs, onde se estabeleceu como violonista.
No mês de março de 1841, Northup foi recrutado por dois homens que diziam ser de um circo, e acabaram lhe oferecendo dinheiro para que se juntasse a eles como músico. Solomon aceitou a oferta e viajou com os desconhecidos.
Ao chegar em Washington, no começo de abril, Northup foi drogado até perder a consciência e transportado para Richmond, na Virgínia. Ao acordar, estava preso e acorrentado em uma cela subterrânea, onde foi levado de navio para Nova Orleans e vendido em um mercado de escravos no mês de junho; com o nome de Platt Hamilton.
Inicialmente, Solomon era propriedade de William Prince Ford, a quem dizia ser muito bondoso. Entretanto, devido a questões financeiras, Ford foi obrigado a vendê-lo para John M. Tibaut, em 1842.
Tibaut, por sua vez, era brutal, violento e agredia Northup com frequência. Solomon, um dia, conseguiu fugir para a proteção de Ford, que exigiu seu aluguel ou sua venda.
Em 1843, Solomon Northup foi vendido para o sádico Edwin Epps, onde permaneceu por uma década e cometeu diversas tentativas falhas de fuga.
Sua esperança para sair dessa vida voltaria a existir em junho de 1852, quando um carpinteiro abolicionista do Canadá chamado Samuel Bass visitou a fazenda de Epps e o ajudou a enviar cartas para seus amigos em Nova York, avisando sobre sua situação.
Com a ajuda de Bass, e de amigos e parentes de Solomon, o homem foi encontrado e libertado legalmente em 4 de janeiro de 1853, há exatos 170 anos. Seu resgate acabou sendo amplamente divulgado e, ao fazer uma parada em Washington, durante seu caminho de volta para Nova York, apresentou acusações contra James H. Birch; um dos homens que o havia sequestrado.
No mesmo ano, Northup escreveu seu livro junto com o escritor local David Wilson. 'Doze Anos de Escravidão' acabou vendendo cerca de 30 mil cópias nos três anos seguintes, e gerou recursos para que Solomon comprasse novos imóveis no norte de Nova York, onde vivia com sua família.
Sua última aparição pública foi na cidade de Streetsville, em Ontário, no Canadá, em agosto de 1857. Entretanto, o tempo e a causa de sua morte são desconhecidos até hoje. O local onde está enterrado também permanece sendo um mistério.
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