Entre auto-mutilação, sacrifícios e homicídios, a residência do homem era repleta de drogas e orgias regadas à muito sangue
Pamela Malva Publicado em 05/02/2021, às 18h30
Diagnosticado com diversas doenças mentais — como esquizofrenia e agorafobia — Algarad nunca falava a verdade sobre sua infância para as pessoas. Por esse motivo, até mesmo entusiastas não conhecem sua história exata.
Patricia Gillespie, que produziu e dirigiu uma série documental sobre a vida de Pazuzu, confirmou que ele inventava episódios sobre sua infância e sobre sua família. Mesmo assim, sabe-se que, ainda jovem, o garoto já machucava animais e consumia álcool e drogas em abundância.
Quando percebeu que seu filho era diferente, Cynthia Lawson, a mãe do garoto, lhe ofereceu um tratamento psicológico. No entanto, em determinado momento, a mulher ficou sem dinheiro e não pôde mais pagar pela ajuda psiquiátrica que Pazuzu precisava. Foi aí que a saúde mental do garoto virou de cabeça para baixo.
Em 2002, quando já era um satanista autoproclamado, o homem mudou seu nome de John Alexander Lawson, para Pazuzu Illah Algarad. A escolha foi uma homenagem para o demônio assírio do filme O Exorcista.
Ele, então, passou a cobrir seu rosto com tatuagens e modificou seus dentes, deixando-os pontudos. Segundo um psiquiatra, Pazuzu mal tomava banho — era um evento quase anual — e não escovava os dentes, com o intuito de afastar seus vizinhos.
Às pessoas, ele dizia que sacrificava animais com frequência e alegava poder controlar o clima. Era sabido que, em sua casa, ele passava os dias realizando cerimônias satânicas, bebendo sangue de animais e organizando orgias.
Nesse sentido, a residência de Pazuzu, na cidade de Clemmons, na Carolina do Norte, era um refúgio para aqueles que se sentiam marginalizados e desajustados. Com um carisma muito semelhante ao de Charles Manson, Algarad atraía pessoas como ele, encorajando-os a se envolver com suas práticas.
É claro que, rapidamente, ele passou a ser temido em sua cidade, um local conhecido por ser fortemente cristão. Foi lá, em sua casa, que ele conheceu Amber Burch e Krystal Matlock, duas de suas noivas. Elas frequentavam a residência, assim como outros amigos de Pazuzu.
Todos poderiam ficar o tempo que quisessem na casa de Algarad, independente de quem fossem, ele pouco se importava. A residência era um antro de automutilação, consumo de sangue de pássaros, sacrifícios de coelhos, drogas e orgias.
Em pouco tempo, o local ficou em péssimas condições, com lixo por toda a casa, carcaças de animais espalhadas pelo chão e sangue seco nas paredes. Nas portas e paredes, mensagens satânicas, pentagramas e sequências de números 6 foram pintados.
As festas regadas à sangue, no entanto, tiveram fim em 2014, quando dois corpos foram encontrados no quintal de Pazuzu. No dia 5 de outubro, o homem, já com 35 anos, e Amber Burch, com 24, foram presos após a descoberta dos cadáveres.
Dias depois, em 13 de outubro, os homens foram identificados como Joshua Fredrick Wetzler e Tommy Dean Welch, desaparecidos em 2009. Os dois teriam sido mortos por tiros nas cabeças. Joshua foi assassinado por Pazuzu e Tommy por Amber. O homem e a mulher foram cumplices um do outro, ajudando nos enterros.
Segundo as investigações, Tommy teria frequentado a casa de Pazuzu, junto de Amber e outros colegas marginalizados. Seu destino, todavia, foi diferente: ele teria sido atingido duas vezes na cabeça com um rifle de calibre 22.
Logo depois da prisão do casal, a outra noiva de Pazuzu, Krystal Matlock, foi presa com 28 anos. Ela era suspeita de matar outra pessoa cujo corpo também foi encontrado. A mulher ainda teria ajudado no enterro e ocultação do cadáver de Joshua.
Assim que todos os restos mortais foram encontrados na propriedade de Pazuzu, a casa foi considerada imprópria para habitação humana e, em 2015, foi demolida. Naquele mesmo ano, em 28 de outubro, o homem foi encontrado morto em sua cela, na Prisão Central em Raleigh, Carolina do Norte.
Pazuzu cometeu suicídio, efetuando um profundo corte em seu braço esquerdo. Ele morreu devido a grande perda de sangue através do corte. Até hoje, não se sabe qual foi o instrumento usado para cometer o ato.
Em 2017, Amber Burch se declarou culpada de assassinato em segundo grau, assalto à mão armada e por ser cúmplice em outros crimes. Ela foi condenada a um mínimo período de 30 anos e oito meses de prisão, com um máximo de 39 anos e dois meses.
Já Krystal Matlock alegou ser culpada por conspiração para assassinato em primeiro grau no dia 5 de junho do mesmo ano. Sua condenação foi de mínimo de três anos e dois meses, com quatro anos e 10 meses de prisão máxima.
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