Em uma tentativa infame, Brock acreditava ter encontrado a melhor solução possível para seus problemas
Caio Tortamano Publicado em 25/05/2020, às 17h40
Em 1995, um episódio incomum ocorreu nos Estados Unidos, com o prisioneiro Robert L. Brock. O homem, que estava no Centro Correcional Indian Creek, em Chesapeake, em Virginia, teria que cumprir uma pena de 23 anos por furto e invasão de propriedade. No entanto, Robert detestava as condições da prisão em que fora enviado. Assim, pensou que poderia melhorar sua condição com uma estratégia ousada.
Com uma ação judicial de cinco milhões de dólares, o detento pretendia se mudar para um ambiente mais lúdico e menos repressivo, ou seja, diferente das situações que encontrava em Chesapeake. Para atingir o objetivo, ele processaria a si mesmo em um dos casos mais bizarros da História.
A acusação
Por meio de uma defesa de sete páginas escritas à mão, Brock afirmou para a Corte que estava bêbado no dia primeiro de julho de 1993 — data do crime. Assim teria violado suas crenças religiosas e direitos civis ao ser preso. Vale ressaltar que a religião de Robert não foi especificada na ação, e muito menos era dito que alguém tinha forçado ele a tal.
Como forma de compensar sua perda e a ofensa que teria causado a seus princíprios, ele afirmou no processo que gostaria de pagar cinco milhões de dólares como forma de retribuição… a si mesmo.
Brock solicitava que o estado, inicialmente, pagasse o valor em seu nome, já que, de acordo com ele, por estar sob cuidados do governo, na cadeia, não tinha como trabalhar e pagar essa dívida.
Ele prometeu pagar tudo integralmente de volta uma vez que terminasse a sua pena na cadeia, ao afirmar ser "um homem cheio de boas intenções". Mesmo assim, a juíza Rebecca Beach Smith não se comoveu com a engenhosidade do detento, e a ação foi brevemente descartada por ser considerada “frívola”, ou seja, sem motivo.
Tentativas
Apesar de a primeira tentativa ter dado errado, Robert não aceitou a derrota. O homem tentou o seu processo em outros tribunais pelo estado da Virgínia, para ser mais preciso, por pelo menos 30 vezes pensou que conseguiria tirar proveito dessa suposta auto-sabotagem.
Isso é o que consta em uma declaração dada por uma das cortes que ele tentou emplacar sua ação. A corte afirma que “O recorrente, Robert Lee Brock, também conhecido como Two Souls Walker, um detento da Virgínia, apresentou 29 recursos perante este tribunal apenas em 1995-96, tornando-o um dos litigantes, se não o mais frequente, neste circuito”.
No documento, o juiz ainda afirma que praticamente todas as ações do detento eram para reclamar sobre algum aspecto da prisão em que estava, assim tentando uma transferência.
Ainda no texto, foi revelado que nenhum tribunal levou adiante as críticas e a ação de Brock, e que como as alegações repetidas colocaram um ônus significativo sobre os tribunais do distrito, foi ordenado que ele demonstrasse razões que impedissem o tribunal de processá-lo por essas diversas tentativas.
Esse foi o sinal que o detento precisou para cessar com as tentativas ridículas de faturar um bom dinheiro e ser encontrar em melhores condições carcerárias.
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