Isabel Cristina Mrad Campos foi uma jovem assassinada em 1982 que foi beatificada pela Igreja Católica no último sábado, 10
Éric Moreira, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 12/12/2022, às 16h25
Mesmo que não seja de conhecimento de muitas pessoas, a Igreja Católica até hoje possui o costume de santificar ou beatificar — o título de 'beato' é dado àqueles que se encontram no 'Paraíso' — figuras pontuais, não sendo assim tão raro ou incomum que ouça histórias consideravelmente recentes sobre novos santos ou beatos. Além do mais, vale destacar: alguns brasileiros constam na lista de santos e beatos da instituição religiosa.
Alguns nomes em específico são mais comuns quando se envolve o assunto, como o da Irmã Dulce ou o padre José de Anchieta, ambos brasileiros oficialmente santificados pela Igreja. No entanto, o título de beato já é mais comum, e mesmo algumas pessoas que não atuavam diretamente na instituição obteram a alcunha — e esse é o caso de Isabel Cristina Mrad Campos, que veio a se tornar beata oficialmente no último sábado, 10.
Isabel Cristina Mrad Campos foi uma jovem brasileira brutalmente assassinada quando ainda tinha apenas 20 anos, em 1982, por um homem contratado para montar um guarda-roupa em sua casa. Nascida em 29 de julho de 1962, na época em que o crime ocorreu ela havia se mudado para a cidade de Juiz de Fora, para estudar em um curso pré-vestibular para medicina.
O crime ocorreu dentro do apartamento em que a jovem morava com o irmão, após o homem contratado para montar o guarda-roupa ter tentado abusá-la. Isabel, na ocasião, tentou resistir à violência, mas o criminoso a acertou na cabeça com uma cadeira, depois tendo a matado com 15 facadas no total.
De acordo com a Arquidiocese de Mariana, local responsável pelo processo de beatificação de Isabel, a jovem tinha uma vida normal, até o dia de sua morte: estudava, namorava e participava de festas com amigos; no entanto, sua vida era repleta de orações, sendo extremamente dedicada à Igreja Católica, e pretendia se tornar pediatra para que pudesse ajudar crianças carentes.
Infelizmente, o sonho de Isabel foi interrompido precocemente, mas a forma como a jovem viveu foi o que motivou um grupo de pessoas próximas a apresentar sua história à Igreja, para entrarem com um pedido de beatificação para ela. Considerando-se o local em que foi batizada e fez sua primeira comunhão — a Matriz da Piedade de Barbacena —, seus restos mortais ficaram no Santuário da Piedade, dentro da Matriz.
Como informado pelo g1, a solicitação para o processo de beatificação de Isabel Cristina Mrad Campos foi aceita por Roma ainda em 2001, de forma que a Arquidiocese de Mariana passasse a poder realizar o procedimento e, com isso, a jovem já havia obtido o título de 'Serva de Deus'. O processo, por sua vez, foi todo conduzido por um Tribunal Eclesiástico, que recolheu depoimentos e documentos de mais de 60 pessoas para que pudesse formalizar o beato.
Oito anos depois, em 2009, os restos mortais de Isabel foram transferidos para o Santuário de Nossa Senhora da Piedade, e em setembro daquele ano, finalmente, o processo ao nível da arquidiocese foi encerrado pelo arcebispo emérito de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha.
Foi somente então em outubro de 2020 que o processo de beatificação voltou a correr: na ocasião, o Papa Francisco reconheceu a morte de Isabel Cristina Mrad Campos como se fosse um martírio. O crime bruta que promovou a morte da jovem de 20 anos levou os fiéis até mesmo a compará-la com a santificada Maria Goretti, que também morreu enquanto lutava contra um agressor.
Por fim, no último sábado, 10, Isabel foi oficialmente beatificada pela Igreja Católica, e é considerada a beata brasileira mais recente. Hoje, os fiéis já podem visitar seu memorial, onde podem ser vistos objetos pessoais da jovem e outros documentos coletados durante o processo.
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