‘Os Segredos de Madame Claude’ narra escândalos em Paris, na década de 1960
Penélope Coelho Publicado em 08/04/2021, às 14h49
Recentemente, a Netflix adicionou em seu catálogo a cinebiografia intitulada ‘Os Segredos de Madame Claude’ (2021), um filme que narra a história real de uma interessante e polêmica personagem.
O longa francês dirigido pela cineasta Sylvie Verheyde foi descrito como uma biografia/drama. A produção apresenta a trajetória de Fernanda Grudet, mais conhecida pelo pseudônimo Madame Claude — uma cafetina que chefiou uma grande rede de prostituição de luxo na capital da França, durante as décadas de 1960 e 1970.
A mulher foi uma das maiores figuras do ramo, tornando-se influente na região. Sabe-se ao longo dos anos, o bordel de Claude recebeu personalidades da mídia e políticos.
Nascida em 6 de julho de 1923, em Angers, na França, as histórias sobre a origem de Fernanda Grudet são conflitantes, como revelou o portal Observatório do Cinema.
Seu passado envolve inúmeros mistérios: pessoas próximas diziam que a mulher vinha de família rica, enquanto outros afirmavam que ela tinha origem pobre e que seu pai trabalhava em um café.
Fato é que após o término da Segunda Guerra Mundial, Claude começou a se envolver com prostituição. A francesa chegou a trabalhar em bordéis, mas, afirmava que não se sentia ‘bonita o suficiente’ para a função, por isso, preferiu partir para a gerência.
Madame Claude era conhecida por ser uma pessoa ambiciosa, a mulher viu nesse segmento a oportunidade de ganhar dinheiro. De acordo com a reportagem, Grudet tinha o costume de dizer a seguinte frase: "Há duas coisas pelas quais as pessoas sempre pagam: comida e sexo. Eu não era muito boa em cozinhar”.
Com a decisão de permanecer na gerência, a cafetina logo transformou seu negócio em algo grandioso e passou a dirigir um bordel famoso em uma das regiões mais caras de Paris, na década de 1960.
Para escolher as prostitutas a francesa era exigente: as mulheres selecionadas para integrarem o bordel de Claude eram consideradas as mais luxuosas e requisitadas. Em um livro publicado em 1986, a cafetina dizia que optava por escolher garotas ‘intelectuais’.
Para trabalharem no estabelecimento comandado por Fernanda, as garotas recebiam aulas de etiqueta e até mesmo ganhavam cirurgias plásticas. Não demorou muito para que o negócio da Madame ganhasse fama mundial, com isso, o bordel passou a ser frequentado por homens de diversos lugares.
Durante anos, figuras de influencia, como, políticos e astros do cinema faziam parte da enorme lista de clientes que visitavam o bordel de Grudet, nomes como: Mohammad Reza Shah, último monarca da Casa de Pahlavi do Irã; John F. Kennedy, ex-presidente dos Estados Unidos; e até mesmo o ator Marlon Brando, um dos ícones de Hollywood.
Contudo, o esquema ilegal de Claude se tornou alvo de investigação do governo francês, no ano de 1976, o império da cafetina começou a ruir. Na ocasião, a mulher estava devendo mais de 11 milhões de francos por impostos que não pagou, por isso, estava sendo procurada pela justiça.
Fernanda conseguiu fugir para os Estados Unidos, contudo, dez anos depois foi presa ao voltar para França. Na época, cumpriu pena de quatro meses. Após sua libertação, a francesa tentou mais uma vez iniciar um novo negócio no ramo da prostituição, mas, novamente foi presa.
Há quase seis anos, em dezembro de 2015, Madame Claude faleceu aos 92 anos de idade. Mesmo depois de décadas, ela continua sendo uma personagem que desperta interesse e curiosidade, exatamente por esse motivo sua história se tornou inspiração para o filme 'Os Segredos de Madame Claude’ (2021), já disponível na plataforma de streaming Netflix.
Confira o trailer.
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