Encontrados na antiga cidade de Tebas, os impressionantes restos mortais da mulher têm cerca de 2 mil anos de idade
Isabela Barreiros, sob supervisão de Alana Sousa Publicado em 29/04/2021, às 17h25 - Atualizado em 04/04/2022, às 09h44
Em meados de 1826, uma curiosa múmia foi levada para Varsóvia, na Polônia. Ela fazia parte de uma sequência de achados feitos por arqueólogos europeus enviados ao Egito. Na época, cientistas exploravam a região com o intúito de encontrar artefatos valiosos.
Uma vez em seu novo destino, a múmia permaneceu em exposição no Museu Nacional de Varsóvia durante anos. Décadas mais tarde, então, pesquisadores analisaram os restos mortais encontrados no Egito e publicaram suas descobertas em um estudo publicado em abril deste ano, na revista científica Journal of Archaeological Science.
Segundo o autor principal da pesquisa, Wojciech Ejsmond, da Academia de Ciências da Polônia, trata-se da “primeira descoberta de um corpo embalsamado de grávida”. Ele afirmou que “não há outro corpo antigo tão bem preservado de uma mulher grávida”.
A múmia foi descoberta em túmulos reais localizados na antiga cidade de Tebas, no Egito, o que sugere que a mulher provavelmente fazia parte da elite da sociedade da época. Além disso, os egiptólogos dataram a descoberta como pertencente ao século 1 a.C., dando-a mais de 2 mil anos de idade.
O corpo mumificado foi escaneado pelos especialistas como parte do Projeto Múmia de Varsóvia, estudado a partir de tomografias computadorizadas e raios-X que revelaram os restos mortais de um feto dentro do corpo da egípcia. Acredita-se que ele tenha entre 26 e 30 semanas de vida.
A grávida, que morreu aos seus 20 anos de idade, foi enrolada em tecidos de alta qualidade, o que colaborou para a teoria de que ela fazia parte da nobreza. Além disso, ao lado do corpo, também estavam amuletos, que podem ter sido colocados para ajudá-la na vida após a morte, conforme a crença egípcia.
“Para os egiptólogos, esta é uma descoberta fascinante porque sabemos pouco sobre a saúde perinatal e a infância no antigo Egito. Os médicos podem estudar, por exemplo, o conteúdo intestinal do feto para reunir informações sobre o desenvolvimento do sistema imunológico nos tempos antigos”, explicou Wojciech Ejsmond, como relatou o Daily Mail.
Para os pesquisadores, “este espécime lança uma luz sobre um aspecto não pesquisado dos antigos costumes funerários egípcios e interpretações da gravidez no contexto da antiga religião egípcia."
No Egito Antigo, a crença da vida após a morte era muito forte e, geralmente, o feto seria mumificado separado de sua mãe, também embalsamada. A teoria dos especialistas é que, por o feto ser muito novo e ainda não ter nome, ele não poderia fazer a jornada pós-morte sozinho, sendo mantido com a mãe.
“Pode ter sido pensado que ainda era uma parte integrante do corpo de sua mãe, uma vez que ainda não havia nascido”, afirmaram os pesquisadores.
“Esta múmia abre uma nova possibilidade para estudar a gravidez nos tempos antigos, o desenvolvimento dos fetos e os processos tafonômicos dos fetos, assim como dos úteros. O fato de apenas exames não invasivos desta múmia terem sido realizados até agora significa que ela está intacta e pode ser objeto de futuras investigações multidisciplinares”, concluíram.
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