No Egito, o funeral dos ricos era seguido de cortejos com comida
Flávia Pinho Publicado em 27/05/2019, às 09h00
Comer era um assunto tão sério no Egito antigo que os mais ricos passavam boa parte da vida garantindo que pudessem oferecer banquetes fartos até mesmo após a morte. Assim que eles faleciam, era realizada a mumificação, um processo caro e que podia demorar até 70 dias.
Segundo a tradição, o ato de mumificação seria responsabilidade do deus do inframundo, o homem-chacal Anúbis. Ele faria os procedimentos para a conservação do corpo do morto e os preparos para a vida eterna do sepultado.
Depois acontecia o funeral solene. A partir de então, as famílias passavam a fazer oferendas diárias de alimentos - dependendo da importância do defunto, o desfile gastronômico-funerário podia até ser equipado com cervejarias e padarias, para facilitar o serviço dos parentes.
A melhor parte do ritual, relatado no livro História da Cozinha Faraônica, do egiptólogo francês Pierre Tallet (Senac-SP), é que os produtos não eram largados lá, apodrecendo.
Pelo contrário, os funcionários do templo podiam comê-los depois. A regalia era encarada como remuneração pelos serviços prestados à família.
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