Herdeira do trono imperial, a segunda filha de D. Pedro II marcou a história do Brasil em diversos momentos durante suas regências
Joseane Pereira Publicado em 24/09/2021, às 09h00
Nascida no Paço da São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1846, a princesa Isabel foi a segunda filha de D. Pedro II. Ela, contudo, apenas tornou-se herdeira do trono brasileiro depois que seus dois irmãos, Afonso Pedro e Pedro Afonso, faleceram.
Uma vez considerada a Princesa Imperial, Isabel assumiu a regência do Brasil Império na ausêncdoia do imperar. Em 14 de novembro de 1921, todavia, já com sua saúde bastante debilitada, ela faleceu em uma comuna francesa, na região da Normandia, aos 75 anos.
Confira abaixo alguns fatos que marcaram a trajetória de Isabel:
Após a morte de D. Afonso Pedro, aos 2 anos de idade, a Princesa Isabel se tornou herdeira presuntiva do trono brasileiro com apenas 11 meses. Esse título é dado quando não há nenhum outro herdeiro preferível. Posteriormente, ela foi tirada de sucessão por D. Pedro Afonso, que também morreu na infância. Assim, o título retornou a ela.
Seu casamento com o nobre francês Gastão de Orleãs, o Conde d’Eu, foi totalmente arranjado pelo pai. Em suas palavras, Isabel dizia ter começado a “sentir um terno amor” por ele. O casal ficou noivo em 18 de setembro de 1864, e tiveram três filhos: Pedro de Alcântara, Luís e Antônio.
Isabel teve seu primeiro filho apenas dez anos depois do casamento. O parto durou cerca de 50 horas, e a criança faleceu no útero da mãe. Para retirá-la, os médicos precisaram quebrar alguns ossos do bebê.
Sem conseguir engravidar novamente, Isabel viajou para Caxambu, Minas Gerais, para se banhar nas águas termais da cidade. Lá, prometeu erguer um santuário caso concebesse criança que tanto queria. Com o nascimento de Pedro de Alcântara, ela mandou erigir na cidade a Igreja de Santa Isabel de Hungria.
Em 1871, aos 25 anos, Isabel foi nomeada senadora por direito, sendo a primeira mulher eleita para o cargo. Também foi a primeira mulher a ser Chefe de Estado em todo o continente Americano.
Quando D. Pedro II se ausentava do país, deixava as funções de chefe de Estado nas mãos da filha. Na primeira ocasião, em 1871, ela sancionou a Lei do Ventre Livre junto ao Visconde do Rio Branco. Já na terceira, ocorrida entre 1887 e 1888, a princesa aderiu abertamente à causa abolicionista, se envolvendo com figuras como Joaquim Nabuco. Em 13 de maio de 1888, ela assinou a Lei Áurea, que aboliria a escravidão, ficando conhecida como “A Redentora”.
Embora a princesa tenha sido exaltada por abolir a escravidão, historiadores discordam desse crédito dado a ela. Acontece que o sistema escravista já estava ruindo aos poucos, devido a várias frentes que estavam pressionando esse sistema, como os quilombos, os abolicionistas e as cartas de alforria, em um longo processo de luta. Portanto, acreditar que a alforria foi apenas fruto de sua benevolência é simplificar a História.
Em 15 de novembro de 1889 a República foi proclamada, exilando a família Imperial do país. Isabel foi para a França, vivendo grande parte do seu exílio nos arredores de Paris, no castelo d’Eu. Isabel faleceu no dia 14 de novembro de 1921, e caso a Monarquia não tivesse caído, ela teria governado por 30 anos como Sua Majestade Imperial, Isabel I, Imperatriz Constitucional e Defensora Perpétua do Brasil.
Em 1971, os restos mortais de Isabel foram trasladados para o Brasil, em seu descanso final. Hoje, ela está sepultada na catedral de São Pedro de Alcântara, na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro. Lá também estão seu esposo, o Conde d’Eu, e seus pais, D. Pedro II e Teresa Cristina.
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