Filho de um homem muito poderoso, o jovem não conhecia as consequências de suas atitudes e, desde pequeno, já demonstrava características de um sociopata manipulador
Pamela Malva Publicado em 26/06/2020, às 09h00
No topo da elite norte-americana, Harry Kendall Thaw era o estereótipo do garoto rico inconsequente. Herdeiro de uma grande fortuna, o jovem sempre conseguiu tudo aquilo que queria com o dinheiro de seus pais.
Para assuntos que não dependiam de pagamentos, no entanto, Harry não tinha qualquer sensibilidade. Seja com amigos, familiares ou em relacionamentos amorosos, ele demonstrava ser ciumento, possessivo e, por vezes, agressivo.
Sua falta de tato para com pessoas era tamanha que, quando realmente não gostava de alguém, Harry era capaz de qualquer coisa. Ainda assim, apenas Stanford White e Evelyn Nesbit realmente conheceram o lado mais obscuro do jovem transtornado.
Um riquinho
Criado com todo o luxo que alguém poderia querer, Harry já demonstrava uma personalidade mórbida desde criança. Bastante teimoso e mimado, sua diversão favorita era arremessar objetos na cabeça dos servos da família.
Com um pai extremamente poderoso — ninguém menos do que William Thaw, um barão do carvão —, Harry nunca enfrentou as consequências de seus atos. Muito pelo contrário, ele chegava cada vez mais longe com a reputação da família.
Quando decidiu estudar direito, por exemplo, abusou de seu sobrenome para entrar nas universidades de Pittsburgh e Harvard. Na faculdade, é claro, acendia charutos com notas de cem dólares, bebia de forma descontrolada e dava festas estrondosas.
Em meados de sua formação, no entanto, Harry acabou sendo expulso de Harvard por “práticas imorais”. Mais ou menos na mesma época, ele assistiu de camarote quando seu pai morreu, deixando-lhe uma herança de US $ 3 milhões, em 1893.
Apesar de todo esse dinheiro, o jovem ainda sentia-se deslocado e, por trás dos panos, tinha uma noção bizarra de divertimento. Aos 22 anos, Harry já demonstrava características de um sociopata habilidoso e manipulador sem noção de limites.
O ódio de um burguês
Com o desejo de se enturmar entre os jovens mais ricos de Nova York, Harry tentou fazer parte de diversos clubes masculinos da elite, mas foi rejeitado todas as vezes. Revoltado, ele culpava o arquiteto Stanford White por seu fracasso.
Sua personalidade odiosa ficou ainda mais feroz quando Harry conheceu a bela Evelyn Nesbit. Ex-namorada de Stanford, a garota conquistou o coração sádico e psicopata de Thaw em questão de segundos.
Apaixonado, Harry fazia de tudo pela jovem e, devagar, conseguiu sua confiança. Foi durante uma viagem, no entanto, que ele mostrou sua verdadeira face: por duas semanas, o maníaco espancou e estuprou Evelyn sem demonstrar qualquer remorso.
Quem dá as cartas
Apesar das agressões, como um verdadeiro manipulador, Harry conseguiu fazer com que a jovem atriz aceitasse seu pedido de casamento. Agora unidos pelo sagrado matriônio, o insano Thaw sentia que deveria defender a honra de sua esposa à todo custo.
Assim, em 25 de junho de 1906, durante um novo show adorado pela elite, Harry levou uma pistola carregada em seu paletó e manteve os olhos grudados em Stanford White. Ao final do espetáculo, sem titubear, atirou três vezes no arquiteto.
Pelo assassinato, Harry foi acusado e teve o direito à fiança negado. Dentro da cadeia, entretanto, o jovem milionário teve todos os tipos de regalias, desde uma boa cama, até diversas taças de vinho e champanhe.
Testamentos e testemunhos
Nas duas fases de seu julgamento, Harry e sua mãe tentaram comprar a liberdade do criminoso, oferecendo propinas para jurados e promotores. Alegando insanidade, então, ele foi inocentado, mas sentenciado à reclusão em uma clínica de tratamento.
Em 1913, tentou fugir de sua condenação, foi pego e, dois anos mais tarde, conseguiu sua tão sonhada liberdade. No mesmo ano, separou-se de Evelyn — com quem havia tido um filho — e mudou-se de cidade. Em 1916, no entanto, voltou a ser acusado de espancamento e agressão sexual contra uma adolescente do Missouri.
Mais uma vez, ele tentou subornar a família da garota, mas acabou julgado e preso pelos crimes. Em 1924, no entanto, foi liberado novamente e comprou uma casa em Virgínia, onde foi finalmente aceito pela comunidade. Em 1947, Harry Thaw morreu aos 76 anos, impune de todos os seus crimes. Ele nunca se arrependeu de ter matado Stanford White.
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