O objeto lembra uma tecnologia moderna que só viria a ser inventada centenas de anos depois, no entanto, existe uma explicação óbvia
Ingredi Brunato Publicado em 03/06/2023, às 09h00 - Atualizado em 07/12/2023, às 14h30
Pieter de Hooch (1629 - 1684) é um pintor holandês nascido no século 17 conhecido por seus quadros representando cenas da vida doméstica. Através das telas do artista, assim, que frequentemente são habitadas por mulheres e crianças, é possível contemplar como seria o cotidiano da Europa da Idade Moderna.
Embora o legado artístico deixado por Hooch tenha diversos atributos valiosos, vale apontar que capacidade de prever o futuro não era um deles, apesar do que sugere uma pintura sua de 1670 em que um homem parece segurar um celular.
A obra foi alvo de um comentário bem-humorado de Tim Cook, que atua como CEO da Apple desde a saída de Steve Jobs, num evento realizado na capital da Holanda no ano de 2016.
Na ocasião, o empresário, que havia visitado o Museu Nacional de Amsterdã na noite anterior, revelou para a plateia que fez uma descoberta inusitada durante sua ida ao local: o iPhone aparentemente havia sido lançado há mais de 300 anos, e não em 2007, que é quando Steve Jobs, o falecido fundador da Apple, anunciou a chegada do aparelho ao mercado.
Ontem à noite, Neelie [uma comissária europeia] me levou para ver alguns Rembrandt [famoso pintor holandês] e fiquei tão chocado com uma das pinturas. Havia um iPhone nela (...) Eu sempre pensei que sabia quando o iPhone foi inventado, mas agora não tenho mais tanta certeza", explicou ele, conforme repercutiu o site da CNBC.
A brincadeira de Cook se referia ao quadro "Homem entrega uma carta para mulher em um corredor", e, embora Rembrandt seja uma das mais importantes figuras da arte produzida pela Holanda, essa tela específica é de autoria de Pieter de Hooch.
Assim como destaca o nome da obra histórica, o objeto que aparece nas mãos do personagem masculino é um envelope endereçado à jovem sentada na frente da janela.
No entanto, a forma da carta e a posição no qual ela foi pintada acabam contribuindo para a interpretação errônea atual — o homem encara o item, como se estivesse visualizando a tela de um celular.
Nada disso, é claro, fez parte das intenções originais de Hooch para o quadro, que viveu em uma época anterior não apenas à invenção do celular, mas também do telefone (inventado em 1876) e do telégrafo (criado no século 19).
Assim como já mostra a tela em questão, o único método de comunicação à distância disponível para as pessoas do período eram as correspondências. Ou seja, quem acredita que a obra mostraria um celular caiu em teoria conspiratória.
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