Com shows de Jimi Hendrix e Janis Joplin, as apresentações foram marcadas pelo público massivo em prol do amor livre
Wallacy Ferrari, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 15/08/2021, às 00h00
Buscando ser um epicentro de música progressiva, contracultura e propagação de paz, o quimérico festival de Woodstock iniciava em 15 de agosto de 1969 com previsão de duração nos três dias seguintes — mas tornou- se um marco emblemático e atemporal de uma de uma geração.
Organizado pelos promotores John Roberts, Joel Rosenman, Michael Lang e Artie Kornfeld, todos na época com 20 anos de idade, o investimento visou alcançar um público-alvo semelhante, divulgando e disponibilizando ingressos em lojas de discos e via correio, custando US$ 18, como revelou a revista Exame.
Porém, no dia do festival, os 186 mil ingressos vendidos antecipadamente foram deixados de lado pelas mais de 500 mil pessoas que chegaram ao local, derrubando bloqueios e tornando o festival livre para quem chegasse.
Assim como o público, a mensagem de amor livre passou a protagonizar as harmonias de improvisos e letras de rock no palco, contando com lendas da música.
O primeiro dia, marcado por um longo congestionamento até o local de realização, em uma fazenda do condado de Bethel, em Nova York, resultou no atraso de diversas atrações, transferindo Richie Havens para a abertura do festival e, em seguida, contando com apresentações de personalidades indianas como o religioso Swami Satchidananda e o lendário músico Ravi Shankar.
Este último teve de encerrar seu show justamente pelo segundo problema do primeiro dia: uma tempestade, formando um lamaçal imenso, visto como um parque de diversões pelo público presente. Com a estabilização da situação, o segundo dia pôde contar com mais nomes importantes.
As bandas The Who e Creedence Clearwater Revival marcaram a noite com o set completo e público máximo, visto que a chegada de público e artista já estava ocorrendo normalmente.
Porém, o destaque ficou com dois jovens em carreira solo; o guitarrista Carlos Santana, com apenas 22 anos, e a enérgica cantora Janis Joplin, que aos 26 realizou sua apresentação mais notável da carreira, antes de falecer precocemente no ano seguinte, vítima de uma overdose.
O encerramento no terceiro dia possibilitou a chave de ouro para fechar o festival; com sua notória guitarra Stratocaster branca, Jimi Hendrix se apresentou com sua banda, Gypsy Sun and Rainbows, executando o hino nacional americano de maneira psicodélica para concluir as 32 apresentações que ocorreram em apenas um único palco no festival.
Se por um lado a proporção foi bem maior do que a planejada, os recursos do local foram um destaque da boa vontade; cidades vizinhas chegaram a doar enlatados e frutas para suprir o público jovem e contaram até com 70 médicos para tratamento emergencial nas imediações, como informou a revista Mundo Estranho.
Curiosamente, há dois registros de pessoas mortas no local, sendo uma atropelada por um trator e outra por overdose acidental de heroína, mas também dois partos que se concretizaram durante os três dias de eventos.
Os poucos episódios de violência e crimes em meio a uma multidão de aproximadamente meio milhão de pessoas marcaram o objetivo do festival de paz, música e amor livre, sendo vendido pela imprensa como um exemplo de convívio pacífico através da mobilização.
Edições comemorativas foram feitas ao 25º, 30º e 40º aniversário do festival, mas com maior apelo comercial, marcando as mais de cinco décadas de sua realização.
Dom Antônio de Orleans e Bragança recebia a "taxa do príncipe"?
Banco Central sob Ataque: Veja a história real por trás da série da Netflix
Outer Banks: Série de sucesso da Netflix é baseada em história real?
O Rei Leão: Existe plágio por trás da animação de sucesso?
Ainda Estou Aqui: O que aconteceu com Eunice Paiva?
Ainda Estou Aqui: 5 coisas para saber antes de assistir ao filme