Jornalista foi alvo de teorias conspiratórias envolvendo a morte do presidente Tancredo Neves; entenda!
Fabio Previdelli Publicado em 02/02/2023, às 10h33
Ícone do telejornalismo brasileiro, Glória Maria faleceu na manhã desta quinta-feira, 2, aos 73 anos. Uma das primeiras mulheres pretas a aparecer diante das câmeras e se destacar na profissão, Glória se tornou inspiração para diversos profissionais da área.
Seja por entrevistas emblemáticas, como a com Freddie Mercury durante o primeiro Rock in Rio, ou por momentos mais bem-humorados, quando usou maconha durante uma reportagem na Jamaica, a carioca de Vila Isabel ficará marca para sempre na história da televisão.
O início de Glória no jornalismo, entretanto, foi bem diferente. Em novembro de 2012, ela foi entrevistada no quadro “Grandes Reportagens”, do programa Encontro, da Rede Globo, onde revelou ter receio em aparecer diante as câmeras.
Eu era muito confortável naquela coisa de texto, não tinha aquela coisa de glamour, maquiagem, se arrumar”, apontou Glória.
"Eu tinha muito medo, tinha medo do preconceito, eu tinha medo do racismo, das pessoas não entenderem uma negra estar ali. Então, era muita coisa que eu tinha que superar. Foi muito difícil", relembra.
Durante sua trajetória, Glória Maria participou da cobertura de diversos momentos importantes para a história de nosso país. Sua ausência em um deles, porém, foi alvo de uma grande teoria conspiratória.
Um dos líderes do Movimento Diretas Já, Tancredo Neves foi eleito, ainda de forma indireta, presidente do Brasil em 1985, durante o processo de abertura da Ditadura Militar — após cerca de 21 anos.
Todavia, os planos do regime democrático de Tancredo não correram da forma que ele esperou. Afinal, o político morreu antes de vestir a faixa presidencial, sendo internado um dia antes de sua posse.
A morte de Tancredo Neves possui um forte elemento conspiratório, sendo que muitos acreditam que ele foi deliberadamente assassinado. Uma dessas vertentes, conforme recorda matéria publicada pela equipe do site do Aventuras, dá conta de que Tancredo sofreu um ataque com arma de fogo. Todavia, não passa de teoria.
A teoria diz que o episódio teria ocorrido em uma missa na Catedral de Brasília. Na ocasião, testemunhas disseram que faltou luz no local e que ouviram barulhos de tiros. Logo após isso, Neves teria sido levado, às pressas, ao Hospital de Base de Brasília.
Mas onde Glória entra nesta história? Ainda ao Encontro, a jornalista recordou que foi alvo desta teoria conspiratória: "As pessoas achavam que ele não tinha morrido naturalmente, que ele tinha sido assassinado, e que eu tinha sido testemunha desse assassinato".
Após o ‘suposto’ incidente, Tancredo foi levado para um hospital em São Paulo. Mas o povo brasileiro estranhou o fato de Glória não estar presente no local passando as atualizações de seu quadro de saúde.
“Eu apresentava o jornal das 7h na época. E aí eu não pude participar dessa cobertura em São Paulo, que era onde ele estava agoniando. Tive que ficar no Rio, e as pessoas não me viam nessa cobertura nacional”, explica.
Então, se eu não estava ali, é porque tinha um mistério em torno da morte do presidente. Esse mistério era que ele tinha levado um tiro, esse tiro teria atingido a minha perna e eu teria ficado hospitalizada, incomunicável. Começou a surgir uma coisa tão absurda”, aponta Glória.
Por fim, Glória Maria conta como ela e a emissora contornaram a situação. “Eu tive que entrar em todos os jornais ao vivo para mostrar que eu estava viva”. O que aconteceu de fato
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