Lindemberg após a prisão - Reprodução/Vídeo
Crimes

O que aconteceu com o homem condenado por matar Eloá Pimentel há 15 anos?

Lindemberg Alves era ex-namorado da vítima e chocou o Brasil ao tentar reatar em um sequestro marcado por tragédia

Wallacy Ferrari Publicado em 01/04/2023, às 11h40 - Atualizado em 05/05/2023, às 14h36

Na última quinta-feira, 4, o famoso programa Linha Direta voltou a ser exibido na programação da TV Globo. Com apresentação do jornalista consagrado Pedro Bial, o grande sucesso dos anos 2000 será transmitido às quintas-feiras, por volta das 23h, todas as semanas.

O primeiro episódio resgatou o caso da jovem Eloá Pimentel, sequestrada e morta em 2008, por seu ex-namorado. Lindemberg Alves invadiu o apartamento da adolescente, que tinha somente 15 anos, localizado no ABC Paulista, e iniciou um sequestro que deixou o país em choque. 

O sequestro

Em outubro de 2008, o Brasil acompanhou com apreensão um dos sequestros mais intensos e trágicos da história do país: o sequestro de Eloá Cristina Pimentel, uma jovem de 15 anos, na cidade de Santo André, em São Paulo. O sequestro começou no dia 13 daquele mês, quando o ex-namorado de Eloá, Lindemberg Alves, na época com 22 anos, invadiu o apartamento em que a jovem morava.

Armado, ele ameaçou Eloá, a melhor amiga Nayara Rodrigues e mais dois colegas de escola que juntos faziam uma atividade escolar. Exigindo que a ex voltasse a namorar ele, liberou parte das vítimas. A partir daí, as negociações começaram, angariando a atenção da imprensa nacional.

Lindemberg fez uma série de exigências em respostas as ações policiais fracassadas, como desligar a luz do prédio e ameaçar entrar no local. A polícia tentou negociar a libertação de Eloá, mas as conversas não avançaram e o sequestro se arrastou por mais de 100 horas. 

Durante esse período, a imprensa e a população acompanharam de perto os desdobramentos do sequestro, que foi transmitido ao vivo pela televisão. As imagens mostravam Eloá e Lindemberg em momentos de tensão, com o sequestrador ameaçando a jovem e a si com a arma.

A prisão de Lindemberg /Crédito: Reprodução/Vídeo

 

No dia 17 de outubro, a polícia decidiu invadir o apartamento em que a jovem estava sendo mantida refém. Durante o confronto, Lindemberg atirou em Eloá e Nayara, que havia retornado ao apartamento durante as negociações. As duas foram levadas para o hospital, mas Eloá acabou tendo morte cerebral constatada no dia seguinte. Já o sequestrador acabou sendo levado preso após a invasão.

A prisão

Lindemberg Alves, o sequestrador da jovem Eloá, foi sentenciado a 98 anos de prisão no ano de 2012 pelo crime. Mesmo assim, cumprirá a pena máxima prevista na legislação brasileira, que é de 30 anos. Ele foi julgado por homicídio duplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, cárcere privado e disparo de arma de fogo.

Após a condenação, Lindemberg foi encaminhado para o presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele chegou a recorrer da decisão, mas teve seu recurso negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em 2014. 

A pena

Em 2020, solicitou progressão de pena, sendo beneficiado no início de 2021. Lindemberg passou para o regime semiaberto, como informou o G1. Quatro meses depois, a Justiça, no entanto, revogou o benefício dado ao assassino de Eloá.

Em um recurso do MP assinado por Luiz Marcelo Negrini, promotor, fora declarado que um teste de personalidade determinou que o presidiário tem "traços narcísicos e antissociais, além de contar com impulsividade elevada e pouca capacidade de afeto, apresentando postura autocentrada", segundo repercutido pelo G1.

Também fora destacada a "personalidade agressiva e com alternâncias de comportamento". A perícia também citou no detento "fantasias imaturas, traços egocêntricos e necessidade de controle sobre o ambiente".

Como consequência, o desembargador disse que Lindemberg não assimilou "adequadamente a terapêutica penal, devendo permanecer por maior período em regime fechado". Na época, foi citado que o condenado não apresentava, até então, falta disciplinares consideradas graves e também tinha bom comportamento dentro da cadeia.

Ao G1, a defesa de Lindemberg, Marcia Renata Silva, afirmou que recorreria. "Não concordamos com a decisão, pois ele está cumprindo o regime semiaberto há 4 meses sem qualquer fato que desabone o direito de permanecer em regime semiaberto, já que cumpre pena no próprio estabelecimento com toda vigilância", explicou. 

Brasil São Paulo Crime sequestro prisão Estado Eloá Pimentel Lindemberg

Leia também

Irmãos Menendez: Como os familiares de Lyle e Erik enxergam o caso?


Há 5 mil anos: Confira a última refeição feita por Ötzi


Irmãos Menendez: Veja o que aconteceu com as figuras mostradas na série


Irmãos Menendez: O que aconteceu com o psicólogo de Lyle e Erik?


Conheça Grande Adria, continente perdido há mais de 100 milhões de anos


Irmãos Menendez: Entenda como ex-Menudo pode reacender o caso criminal