Estátua submersa - Divulgação
Egito Antigo

Atlântida egípcia: o palácio submerso de Cleópatra, a última rainha do Egito

Arqueólogos descobriram ao menos 20 mil artefatos raros e inúmeras estátuas colossais em um tesouro valioso

Isabela Barreiros Publicado em 25/12/2020, às 11h00

Cleópatra se tornou uma das mais icônicas figuras históricas. Última faraó do Egito, até agosto de 30 a.C., quando morreu, se tornou famosa por seu poder e conquistas — tanto territoriais quanto amorosas. Devido a sua influência, não é estranho imaginar que fossem construídos em seu governo muitos monumentos que representassem sua grandeza.

Na cidade de Alexandria, a capital do Egito na Época, estava localizado seu palácio. Enorme, como deveria ser, e composto por diversos edifícios construídos em pilares e estátuas, por muito tempo, acreditou-se que ele sido perdido. As teorias eram de que terremotos e maremotos teriam destruído as estruturas decoradas e ricas.

O arqueólogo francês Franck Goddio, porém, encontrou algo que poderia colocar essa ideia em dúvida. Quando descobriu e traduziu textos escritos pelo antigo historiador grego Estrabão, percebeu que talvez esse tesouro ainda estivesse por aí nos dias de hoje.

O filósofo descrevia a cidade de Alexandria e — para a surpresa de todos — uma ilha na costa da capital. De nome Antirhodos, ela seria o verdadeiro lar do enorme palácio da faraó Cleópatra. Foi então que o pesquisador decidiu que encontraria o local perdido e debaixo d'água. Como diriam: a Atlântida egípcia.

A expedição

Crédito: Divulgação

 

Em 1996, uma equipe de arqueólogos subaquáticos começou a procurar pelo palacete. Descobriram, no entanto, que ele estava do lado oposto que Estrabão havia o colocado em seus escritos e mais estranho ainda: não era tão grande assim.

Ele era modesto, entre 90 metros por 30 metros. O piso era composto por mármore do século 3 a.C. e foram encontrados diversos artefatos antigos. Segundo o pesquisador Ashraf Abdel Raouf, envolvido na expedição, foram descobertas "cerâmicas, moedas de bronze, pequenos objetos que agora estão em laboratório e em restauração...objetos notáveis".

O tesouro composto por aproximadamente 20 mil objetos, que continuam sendo descobertos, revelaram mais sobre a história de milhares de anos do Egito. Além disso, estátuas colossais também marcaram a visão dos especialistas ao encontrarem o palácio. Uma delas era feita de granito e representava um governante ptolomaico, provavelmente o pai de Cleópatra, Ptolomeu XII Autletes.

Mais esfinges foram descobertas debaixo d'água: uma delas, gigantesca, representava a deusa egípcia Ísis, da maternidade e da fertilidade. Outra, feita de pedra, é apenas uma cabeça, que os pesquisadores acreditam tratar de Ptolemeu XV Cesarião, provável filho de Cleópatra e Júlio César.

Arqueólogo observa uma das estátuas encontradas debaixo d'água / Crédito: Divulgação

 

Raouf afirma que o achado foi impressionante: "muitos restos emocionantes, como colunas, maiúsculas e minúsculas, blocos de granito, muitos objetos. A construção permanece, vamos deixá-lo como parte do fundo subaquático museu para que as pessoas mergulhem nessa área e olhem para ele”.

Eles conseguiram encontrar a estrutura de madeira do palacete da faraó. Utilizando a técnica de datação de carbono, os pesquisadores chegaram à conclusão de que ele havia sido construído pelo menos 200 anos antes da governante nascer. Isso pode indicar que ela não construiu o palácio, mas sim o herdou.

Mas porque o palácio estava submerso?

Os pesquisadores investigaram as possibilidades durante muito tempo. A hipótese mais aceita atualmente é de que alguns séculos depois do fim do reinado aconteceu um terremoto e, como consequência, um tsunami que atingiu a costa da capital egípcia. Teria sido, portanto, um desastre natural que teria causado o afundamento do palácio real.  


+Saiba mais sobre a Cleópatra por meio de grandes obras disponíveis na Amazon:

Cleópatra: A rainha que desafiou Roma e conquistou a eternidade, de Alberto Angela (2019) - https://amzn.to/2Vc36F7

Cleópatra: Uma biografia, de Stacy Schiff (2011) - https://amzn.to/3cjiLIc

Antônio e Cleópatra: A história dos amantes mais famosos da Antiguidade, de Adrian Goldsworthy (2018) - https://amzn.to/2V7hpuo

As memórias de Cleópatra: Sob o signo de Afrodite, de Margaret George (2000) - https://amzn.to/3cjjeKs

Cleópatra (DVD) - https://amzn.to/2XCHPWO

Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, a Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.

Aproveite Frete GRÁTIS, rápido e ilimitado com Amazon Prime: https://amzn.to/2w5nJJp 

Amazon Music Unlimited – Experimente 30 dias grátis: https://amzn.to/2yiDA7W

História Egito Antigo Cleópatra Palácio alexandrina

Leia também

Banco Central sob Ataque: Veja a história real por trás da série da Netflix


Outer Banks: Série de sucesso da Netflix é baseada em história real?


O Rei Leão: Existe plágio por trás da animação de sucesso?


Ainda Estou Aqui: O que aconteceu com Eunice Paiva?


Ainda Estou Aqui: 5 coisas para saber antes de assistir ao filme


Afinal, Jesus era casado e tinha filhos? Saiba o que dizem pesquisadores