Pablo Escobar e família - Wikimedia Commons
Personagem

O destino perturbador da família de Pablo Escobar após sua morte

Quando Pablo foi assassinado em 1993, sua viúva e filhos precisaram fugir e passaram a procurar países que os aceitassem

Isabela Barreiros Publicado em 17/07/2020, às 12h30

Assassinado no dia 2 de dezembro de 1993, aos 44 anos de idade, Pablo Escobar foi um dos personagens mais emblemáticos da História. Considerado um dos maiores, senão o maior, narcotraficante do mundo, Escobar enriqueceu traficando, principalmente, cocaína para diversos países do mundo. El Patrón comandou o famoso Cartel de Medellín, organização criminosa mantida pelo dinheiro do tráfico de drogas.

Ele foi morto em dezembro de 1993 após uma feroz caçada que contou com forças do governo americano e também com forças ilegais. Pablo foi, durante anos, o homem mais procurado da Colômbia.

Como se pode imaginar, sua família sofreu duras consequências após o assassinato da figura mafiosa — todo o luxo e dinheiro que o narcotraficante colombiano acumulou ao longo de sua vida não fizeram diferença no que viria acontecer a seus parentes mais próximos.

Em 1992, Escobar foi encarcerado na prisão que ele próprio construiu, conhecida como La Catedral. No entanto, pouco tempo depois, o governo colombiano recebeu denúncias sobre as regalias que o traficante recebia preso no local, e decidiu extraditá-lo para outra instituição. Nesse meio tempo, temendo que pudesse ser levado para uma cadeia nos Estados Unidos, fugiu, e permaneceu desaparecido durante 15 meses.

Pablo e Juan em 1979 / Crédito: Wikimedia Commons

 

Mas ele acabou sendo encontrado em Medelín, por um grupo policial colombiano treinado pelos Estados Unidos, conhecido como Search Bloc. Encurralado em um telhado após uma intensa perseguição, El Patrón foi baleado inúmeras vezes até ser assassinado com um tiro através de sua orelha.

Assim que ele foi morto, sua família teve de concentrar suas forças em encontrar um lugar seguro para viver, visto que os cartéis de narcotráfico cobrariam caro pela morte de sua maior figura. Eles, então, começaram a procurar países que poderiam aceitar seu asilo. Naquela época, eles foram vítimas de tentativas de assassinato.

Passaram-se os meses e nenhuma nação concedia tal pedido à família Escobar. Durante esse período, eles estavam viajando pela Colômbia, ainda procurando um local para viver longe da associação ao tráfico, buscando deixar para trás a vida que Pablo os deu.

Maria Henao, viúva do narcotraficante, Juan Pablo e Manuela, seus filhos, fugiram de seu país natal e só conseguiram abrigo oito meses depois, na Argentina. Eles fizeram um acordo com o governo colombiano para mudar seus nomes e ir até Buenos Aires, onde permanecem até os dias de hoje. A família até mesmo tentou um asilo na Alemanha, mas não foram atendidos.

Maria Isabel Santos Caballero e Juan Sebastián Marroquín Santos, sob novos nomes, passaram a viver na Argentina, em uma vida praticamente normal para uma família classe média. Manuela, a filha mais nova do narcotraficante, continua quase em anonimato.

Documentário Pecados do meu Pai (2009) / Crédito: Art Films

 

Muito se questiona também sobre onde poderia estar a fortuna que Escobar acumulou ao longo de sua sangrenta trajetória em um dos maiores sistemas de tráfico de drogas do mundo. No entanto, Maria e Juan alegam que nenhum centavo ficou com eles.

Naturalmente, esperava-se que eles herdassem o dinheiro de Pablo — mas isso não aconteceu. De acordo com a viúva e seu filho, o Cartel de Cali ficou com tudo. “Eu fui com minha mãe a essas reuniões. Exigiram que entregássemos todos os bens como parte do butim de guerra. A exigência era simples: se esconderem uma só moeda, iremos matá-los. Assim salvamos nossa vida. Voltamos a ser ninguém”, disse Juan em entrevista ao El País.

Alguns anos depois, 1999, Maria foi presa na Argentina por suspeita de envolvimento com lavagem de dinheiro. No entanto, os juízes não conseguiram confirmar a ligação dela com o crime, fazendo com a viúva de Pablo fosse liberada.

A família Escobar permaneceu em anonimato durante muitos anos em Buenos Aires. Isso apenas acabou devido a publicação de dois livros sobre a vida de um dos maiores traficantes do mundo por Juan, que escreveu Pablo Escobar em flagrante (2017) e Pablo Escobar: Meu Pai (2015).


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