Atual rei britânico, Charles III é de uma linhagem monárquica bastante antiga; porém, ela passa até mesmo por figuras sombrias como Vlad, o Empalador
Éric Moreira Publicado em 19/06/2024, às 18h00
Em 1897, foi publicado pela primeira vez um romance de terror que marcaria o universo da ficção. Escrito pelo irlandês Bram Stoker, 'Drácula' introduziu a referência de vampiro que temos até hoje, sendo esse personagem um ícone adaptado das mais diversas formas em seus quase 130 anos de existência.
Originalmente, Bram Stoker nos apresentou sua criatura vampiresca em uma narrativa relatada por meio de cartas, diários e artigos de jornal. Na história, acompanhamos uma série de personagens que se relacionam de alguma forma com o Conde Drácula, um homem sombrio que vive em um castelo nobre da Transilvânia, e, eventualmente, promove uma invasão e série de ataques na Inglaterra.
Porém, esta foi apenas uma versão, a primeira história de vampiro, a tratar Drácula dessa forma. Ao longo dos séculos, pudemos ver sua representação de maneiras bem diferentes, desde as mais infantis em animações como 'Hotel Transilvânia' (2012), até as mais assombrosas como 'Nosferatu' (1922).
Uma versão em específico, representada na série literária 'Anno Dracula', de Kim Newman, desperta grande curiosidade. É apresentado um conde vampiro na Inglaterra vitoriana que se casa com a rainha Vitória, tornando-se regente do que se tornaria um Império Britânico policialesco e repleto por vampiros.
Por mais que seja fruto da ficção, ele foi inspirado em uma figura histórica real e bastante controversa: o antigo príncipe da Valáquia, Vlad III Drakul, também chamado de "o empalador".
+ Inspirou Conde Drácula: As atrocidades de Vlad, o Empalador
Filho de Vlad II Drakul, ele governou a Valáquia (localizada na atual Romênia) — e vizinha de Transilvânia, onde sempre é referido como lar de Drácula —, contudo, ficou conhecido por seu lado sórdido: a crueldade e violência contra inimigos.
Sua fama de "empalador" teria surgido graças a sua predileção pelo empalamento, método que provocava uma morte lenta e dolorosa. Porém, vale mencionar que muito disso não passa de histórias exageradas de nobres saxões e rivais da Transilvânia, sem mencionar que nunca houve acusações de vampirismo por sua parte.
Ainda assim, essas lendas fizeram de Vlad uma figura mais assombrosa, e não é à toa que muitos tenham acatado as histórias do "empalador". Tanto que Bram Stoker decidiu fundir sua história com várias lendas do Leste Europeu, criando assim o emblemático vampiro Drácula.
Embora o antigo príncipe valaquiano seja lembrado principalmente por sua fama brutal, uma figura famosa da realeza compartilha um parentesco com a inspiração real para Drácula: Charles III. Sim, o próprio rei do Reino Unido, filho de Elizabeth II e pai do príncipe William.
Em 2011, quando ainda era príncipe de Gales, Charles revelou em entrevista que descobriu que sua linhagem estava ligada a do príncipe empalador, apesar da falta de detalhes. Seu elo é a rainha consorte Mary (ou Maria de Teck), sua bisavó por parte de mãe.
Mary foi casada com o rei George V, mas, o que chama atenção são suas raízes na nobreza austro-húngara. Vale mencionar que a Hungria foi a potência central da história da região da Romênia, e como as nobrezas consistem sempre em linhagens antigas e bem exclusivas, não surpreende a existência de uma relação entre ela e o príncipe da Valáquia 400 anos antes.
Existem duas versões da ligação: uma delas, que liga Mary diretamente a Vlad III, como uma de seus descendentes, explica o New York Post. Outra com seu meio-irmão, Vlad IV (que, em oposição, era chamado de "o monge"). Assim, não só Charles como também Elizabeth II foram descendentes de Drácula.
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