Durante a inquisição, na Inglaterra e em outros países europeus, eram comuns os testes de afogamento para determinar se as mulheres acusadas de bruxaria eram, de fato, culpadas
Giovanna Gomes Publicado em 08/12/2020, às 09h43 - Atualizado às 12h29
Durante os séculos 16 e 17, a caça às bruxas esteve em seu auge. Estima-se que no final do século 18, mais de 40.000 mulheres foram executadas por bruxaria na Europa. Muitas foram submetidas a testes bizarros que apontariam seu suposto envolvimento com a bruxaria e, assim, eram executadas.
Um desses métodos ocorria por meio da água. A acusada de bruxaria era arrastada para um rio ou lago, despida e amarrada. Então, era arremessada para ver se flutuava.
Teste da água
O teste foi inicialmente usado para caçar supostas bruxas em toda a Inglaterra. Porém, a prática logo se espalhou para a Alemanha e Espanha.
Segundo o pesquisador Russel Zguta, a abordagem foi baseada no princípio de que a água era um elemento sagrado para a religião cristã. Assim, caso a mulher estivesse possuída, a água a repeliria.
No entanto, inúmeras vítimas inocentes se afogavam. Por essa razão, passou-se a amarrar uma corda ao redor do torso da pessoa para que, se afundasse, pudesse ser resgatada. Mas a medida era falha, visto que muitos afogamentos acidentais ainda ocorriam.
Situação incomum
Contudo, houve casos raros em que o acusado de fato flutuou. Um exemplo foi documentado em um panfleto de 1613 intitulado Witches Aprehended, Examined and Executed.
Nele, foi relatado que uma mulher chamada Mother Sutton e sua filha Mary foram acusadas de serem bruxas na cidade de Bedford, Inglaterra.
As duas teriam sido consideradas culpadas por meio de testes aquáticos. Elas foram levadas para uma represa de moinho, onde foram despidas e tiveram seus braços cruzados sobre o peito e depois amarrados.
De alguma forma, mãe e filha acabaram por flutuar. Em seguida, um novo teste foi realizado, mas dessa vez com as mãos amarradas aos pés. Mais uma vez foram capazes de não afundar. Com os resultados, as duas mulheres foram presas, levadas a julgamento, condenadas por bruxaria e executadas.
A perseguição
Segundo Bridget Marshall, da Universidade de Massachusetts Lowell, o ponto mais marcante sobre os julgamentos de bruxas era o gênero.
“Em Salem, 14 das 19 pessoas consideradas culpadas e executadas por bruxaria eram mulheres. E, mesmo quando os homens enfrentavam alegações de bruxaria, era tipicamente porque estavam de alguma forma associados a mulheres acusadas”, afirma Marshall para a Live Science.
Mas o que fazia com as pessoas desconfiassem que alguém era uma bruxa?
Sempre que mulheres saíam do papel estabelecido, se tornavam alvos. O fato de ter poucos ou muitos filhos, dinheiro escasso ou grandes fortunas era sinal de que algo estava fora do lugar. Além disso, de acordo com Bíblia, o gênero feminino era o mais propenso a ser atraído pelo demônio.
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