O casal que escondeu o relacionamento por mais de 60 anos e virou documentário

Terry Donahue e Pat Henschel foram, por décadas, reconhecidas em seus ciclos sociais como amigas, mas que na intimidade, escondiam um amor cativante em meio a uma época sombria para homossexuais nos Estados Unidos.

Unidas desde 1947, a história da dupla foi enaltecida no documentário "Secreto e Proibido" (originalmente intitulado 'A Secret Love'), lançado em 2020 pela plataforma de streaming Netflix.

A trajetória de ambas se inicia quando ainda jogavam beisebol na organização que originou a criação de uma liga especial, trilhando toda a aproximação das mulheres até enfrentarem problemas pessoais em decorrência dos familiares conservadores de Terry. Inseparáveis, elas, que nasceram no Canadá, se estabeleceram em Chicago, onde viveram por décadas.

Na casa dos 80 anos, elas assumiram o relacionamento para os familiares, afinal, a dupla descobriu um diagnóstico de Donahue com o Parkinson. Sabendo dos detalhes da história, o sobrinho-neto da dupla, Chris Bolan, decidiu documentar a trajetória.

Ao Chicago Tribune, ele chegou a revelar de onde partiu o interesse em produzir o documentário de sucesso: "Eles começaram a nos contar sua história, que remonta à década de 1940. [...] Fiquei absolutamente maravilhado e, no final, eles começaram a dançar juntos na sala de estar. Lembro-me de pensar: 'Oh meu deus, tenho que contar essa história'", explicou.

O começo das gravações ocorreu em 2013 e, com a concordância do casal em documentar a vida e problemas à dois. Contudo, pouco antes do lançamento da produção, a trajetória de ambas foi interrompida por uma fatalidade.

Tragédia pessoal

Em março de 2019, quando a obra estava sendo editada, o casal residia no Canadá e, após problemas de saúde, Donahuse acabou falecendo aos 93 anos. Contudo, o episódio trágico acabou resultando não apenas em novos hábitos por parte de Pat, como serviu para reestruturar laços conturbados, inclusive enaltecidos nas filmagens.

Agora, aos 93 anos de idade, divide seu tempo com jogatinas em cassinos locais e bingos, que servem como ferramentas de socialização, e costuma preencher o tempo livre assistindo filmes, como explicou o portal da emissora norte-americana E!. A maior surpresa, no entanto, foi a reconciliação com a sobrinha Diana, anteriormente frio e marcado por poucas palavras.

Agora nosso relacionamento é muito forte. Vejo a tia Pat quase todos os dias. Conversamos muito sobre nossa infância juntos. Falamos muito sobre as coisas que tivemos que superar. Há muitos paralelos entre nós dois. Minhas outras tias se foram", disse Diana ao veículo, deixando de lado os problemas com a idosa.

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