Acorrentadas e presas dentro de casa, as crianças sofreram na mão dos próprios pais
Redação Publicado em 20/11/2020, às 12h30 - Atualizado em 20/07/2022, às 18h30
David e Louise Turpin mantiveram seus 13 filhos encarcerados dentro da própria casa por anos. Todavia, era uma situação misteriosa: durante todo esse tempo, nenhum dos vizinhos do casal na rua Muir Woods, em Perris, na Califórnia, imaginava o que acontecia na casa da família, que era um verdadeiro filme de terror.
As crianças viviam em condições desumanas, onde eram frequentemente acorrentadas ou amarradas em suas camas, alimentadas uma vez por dia, um por vez e em silêncio, e nem sempre eram permitidos que fossem ao banheiro. Acostumados com a situação, parecia impossível que alguns dos pequenos fizesse algo contra a situação macabra.
Para mascarar a situação e afastar familiares, o casal usava o Facebook para divulgar imagens de viagens em família, onde todos apareciam felizes e unidos. Eram os únicos momentos em que as crianças respiravam o ar que existia fora do porão da casa macabra.
Entretanto, em janeiro de 2018, a filha de David e Louise de 17 anos tomou uma atitude. Ela pulou a janela e ligou para a polícia pedindo para que eles salvassem seus irmãos. "Eles acordam à noite e começam a chorar e queriam que eu ligasse para alguém. Eu queria ligar para vocês, para que vocês possam ajudar minhas irmãs”, disse a garota.
Quando as autoridades invadiram o local, encontraram uma imagem realmente assustadora. A maioria das crianças estava desnutrida. A filha mais velha do casal, de 29 anos, não pôde nem ser reconhecida de tão doente e mal alimentada.
Os tapetes também estavam sujos de fezes, devido a limitação dos filhos para ir ao banheiro. Foi com a invasão da polícia que o caso começou a ganhar reconhecimento internacional.
Segundo a irmã de Louise, Teresa Robinette, ambas eram prostituidas por sua mãe a um pedófilo rico com frequência, conforme repercutido pelo Radar Online em 2018. "Ele colocava dinheiro na minha mão enquanto me molestava", lembrou a mulher durante um dos julgamentos do casal.
Em relação ao caso em que a irmã se envolveu, Teresa disse que ficou abismada ao descobrir por sempre ter visto Louise como uma menina boa que nunca bebeu, fumou ou usou drogas. Entretanto, ela revelou que sua relação com os sobrinhos era praticamente inexistente.
Teresa disse que só conheceu os quatro filhos mais velhos uma vez, e dificilmente se comunicava com os outros por chamada de vídeo, que se tornaram cada vez mais raras com o passar do tempo.
"Eu nem sei se você pode dizer que algum de nós teve um relacionamento com as crianças. Nunca em um milhão de anos nós pensamos que ela estava abusando das crianças... ela apenas começava a inventar desculpas do por que não podia conversar por vídeo. Ela dizia: 'David e eu estamos muito ocupados com os 13 filhos”, comentou Teresa, conforme repercutido pelo Daily Mail em 2018.
Já David, antes do caso, teve uma vida bem sucedida. Ele se formou em engenharia de computação, e trabalhou em Lockheed Martin e na General Dynamics até se aposentar em 2012.
Porém, um ano antes de sua aposentadoria, as coisas começaram a dar completamente errado. Em 2011, ele estava com uma dívida de 240 mil dólares, declarando falência.
David e Louise Turpin acabaram se declarando culpados em todas as 14 acusações, que incluíam uma de tortura, quatro de prisão, seis de crueldade com adultos dependentes e três por crueldade infantil. O casal acabou sendo condenado a prisão perpétua. Já as crianças, livre dos horrores dos pais, conseguem, aos poucos, se adaptar a vida real.
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