O corpo de Laurel Mitchell foi encontrado em um lago, mas desde o início as autoridades sabiam que não se tratava de um simples afogamento
Ingredi Brunato Publicado em 26/02/2023, às 09h00
Em uma manhã de agosto de 1975, o corpo de uma jovem de 17 anos foi retirado do rio Elkhart, localizado no estado norte-americano de Indiana, por transeuntes que passaram pelo local e viram o cadáver boiando. Em uma das mãos, ela trazia um anel com as letras "LJM" inscritas em sua face interior.
Quando a polícia chegou, foi capaz de identificar que se tratava de Laurel Jean Mitchell, uma adolescente que havia sido dada como desaparecida por seus pais na última madrugada, após não voltar para casa do acampamento religioso onde trabalhava.
Seus colegas foram os últimos a verem a moça com vida, e um deles até mesmo tinha chegado a lhe oferecer uma carona para casa, mas Mitchell recusou, pois, pretendia se encontrar com amigos em um parque. Em algum momento de sua caminhada até o ponto de encontro, infelizmente, ela teria encontrado o triste fim.
A morte da jovem norte-americana foi registrada oficialmente como "afogamento", mas sua autópsia revelou, já em 1975, que ela teria "lutado por sua vida", sugerindo que seu falecimento não foi resultado de um acidente, e sim de um ato criminoso, segundo informado pelo The Washington Post.
Por muito tempo, porém, as autoridades locais não tiveram nenhuma outra pista para avançar a investigação. Isso apenas mudou em 2013, quando uma mulher que viveu em Indiana durante sua adolescência entrou em contato com o departamento policial da região para relatar uma informação perturbadora.
Durante um encontro com um homem chamado John Wayne Lehman, ele teria confessado um homicídio cometido com a ajuda de seu amigo, Fred Bandy Jr. Os detalhes relatados, por sua vez, eram condizentes com o caso de Laurel Mitchell.
Já em 2014, outra pessoa procurou os detetives com um relato parecido: ele estudou na mesma escola que Bandy, e, durante uma festa, ouviu o estadunidense contar que "havia cometido um crime".
Fora somente em 2019, todavia, que a investigação criminal deu um passo significativo, graças à tecnologia de análise genealógica forense.
Ainda de acordo com o The Washington Post, um exame das roupas e pertences pessoais da adolescente de 17 anos assassinadas, que foram retiradas do corpo ainda nos anos 70, revelaram o perfil de DNA de seu agressor.
Para descobrir se os dados encontrados eram compatíveis com os suspeitos, a polícia coletou amostras genéticas de Fred Bandy. A compatibilidade de DNA identificada era tanta que havia 13 bilhões de vezes mais chance dos vestígios encontrados nas roupas de Mitchell pertencerem ao homem do que a qualquer outra pessoa — uma evidência sólida contra ele. Posteriormente, uma amostra do DNA de Lehman também foi enviada para teste.
Os dois suspeitos do caso, ambos com 67 anos, foram detidos na última segunda-feira, 20, quase meio século após a morte da adolescente.
Eles não possuem direito à fiança, de forma que precisarão aguardar seus julgamentos em situação de encarceramento, com suas primeiras audiências estando previstas para ocorrerem em abril de 2023.
A investigação de assassinato ao qual a dupla é conectada, vale destacar, ainda está em andamento.
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